Xi Jinping, presidente da China, deu autorização para que o Comando do Teatro Oriental do Exército de Libertação do Povo Chinês (PLA) realizasse exercícios de combate em redor da ilha de Taiwan na última quinta-feira. Foi a notícia do dia devido ao impacto que causou em todo o mundo. Não pelo exercício em si, mas sim pela panóplia de armamento que os chineses colaram no Mar Meridional da China, praticamente de um dia para o outro.
Conta a agência chinesa Xinhua, que a Força Aérea e o corpo de aviação naval levaram mais de 100 aviões de guerra, incluindo caças e bombardeiros, para realizarem exercícios de treino de combate, como reconhecimento conjunto, reabastecimento aéreo, controlo do espaço aéreo e ataques a alvos terrestres, tudo com fogo real.
Já em pleno mar, neste teatro de operações, os chineses contaram com 10 contratorpedeiros e fragatas da marinha, em exercícios de bloqueio das águas da ilha de Taiwan.
Além de todo este arsenal bélico, foram também testados vários mísseis balísticos, concretamente 11 até esta sexta-feira. Alguns deles, revelou a imprensa chinesa, chegaram a sobrevoar a ilha de Taiwan, sendo que o Japão também confirmou a queda de alguns no seu mar.
Um verdadeiro teatro de guerra, embora em modo de exercício, de acordo com o governo chinês, sendo que os mesmos estão previstos pararem apenas no próximo domingo.
EUA falam em "escalada significativa"
Entretanto, o chefe da diplomacia norte-americana, Antony Blinken, já criticou as manobras militares da China em torno de Taiwan, considerando-as "provocações" que representam "uma escalada significativa" nas tensões.
Blinken considerou mesmo que não havia "pretexto" para iniciar exercícios no Estreito de Taiwan por parte de Pequim, que se opôs à visita à ilha, esta semana, de Nancy Pelosi.
A presidente da Câmara dos Representantes do Congresso norte-americano também já falou esta sexta-feira sobre os exercícios, classificando como "ridículo" que a sua visita a Taiwan possa prejudicar a ilha e assegurou que o objetivo é manter o 'status quo' internacional.
"A nossa delegação não procura alterar o 'status quo' na Ásia ou Taiwan", disse Nancy Pelosi, durante uma conferência de imprensa na embaixada dos EUA na capital japonesa, Tóquio, a última paragem numa digressão asiática que também a levou esta semana a Singapura, Malásia e Coreia do Sul, democracias que procurou "celebrar" com a viagem.
"Isso é ridículo", disse Pelosi quando questionada sobre críticas de que a sua visita a Taiwan teria feito mais mal do que bem para o território, ao desencadear maciços exercícios militares chineses em redor da ilha e retaliação económica.
Sanções contra Pelosi
Também já esta sexta-feira, a China anunciou a imposição de sanções contra a presidente da Câmara de Representantes dos Estados Unidos, Nancy Pelosi, após sua visita a Taiwan.
De acordo com o ministério das Relações Exteriores da China, Pelosi "interferiu gravemente nos assuntos internos da China e minou seriamente a soberania e integridade territorial", o que levará Pequim a "impor sanções a Pelosi e sua família imediata".
Esta não é a primeira vez que a China impõe sanções a governantes norte-americanos, sendo que o ex-secretário de Estado americano Mike Pompeo e Peter Navarro, que foi conselheiro comercial do ex-presidente Donald Trump, já foram alvos de sanções, com a proibição de entrar na China ou de fazer negócios com empresas chinesas.
*Com agências
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