“Um total de 16.753 migrantes em situação irregular puderam regressar ao país de origem no ano passado”, afirmou, em declarações à agência noticiosa francesa France Presse (AFP), o coordenador do programa “Regresso voluntário” da Organização Internacional das Migrações (OIM), Jouma Ben Hassan.

São essencialmente pessoas que tentaram, sem sucesso e muitos a correr risco de vida, chegar à Europa através da travessia do Mediterrâneo, de acordo com a organização liderada pelo ex-ministro português António Vitorino.

“Segundo as estatísticas da OIM, estes migrantes são oriundos de 32 países de África e da Ásia”, acrescentou Jouma Ben Hassan, precisando que estes dados não incluem os migrantes apoiados pelo Alto Comissariado da ONU para os Refugiados (ACNUR).

O ACNUR precisou, por seu lado, que 4.080 refugiados deixaram a Líbia desde setembro de 2017.

Numa nota informativa divulgada no início da semana, o ACNUR informou que outros 56.600 refugiados estão à espera para sair da Líbia.

Este país do norte de África está imerso num caos político e securitário desde a queda do regime de Muammar Kadhafi em 2011, cenário que tem beneficiado as redes de tráfico ilegal de migrantes.

No tempo do ditador líbio, milhares de migrantes atravessavam as fronteiras do sul da Líbia, com 5.000 km, especialmente para tentar atravessar o mar Mediterrâneo para a Europa.

Mas desde 2011, a situação piorou, com as redes de tráfico ilegal a exigirem grandes somas de dinheiro para transportarem, em condições bastante precárias, milhares de pessoas, a maioria oriunda dos continentes africano e asiático, para Itália, a cerca de 300 quilómetros das costas líbias.

A Líbia tornou-se então no principal ponto de partida em direção à Europa depois do encerramento da rota dos Balcãs e do Mar Egeu.

Muitos migrantes, homens, mulheres ou crianças, têm sido intercetados ou resgatados em alto mar ao longo dos últimos anos.

Muitos deles encontram-se em centros de detenção na Líbia, vivendo em condições muito difíceis e enfrentando abusos graves. A opção da repatriação surge como uma solução.

Várias organizações internacionais, incluindo o ACNUR, condenam regularmente os maus tratos a que são submetidos os migrantes na Líbia.

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