“Estamos aqui para mostrar ao Governo (…) e a quem agora se apresenta a eleições, que estamos em período de pré-campanha, aquilo que são as reivindicações dos trabalhadores da administração pública e o peso e a importância que eles têm na sociedade portuguesa”, afirmou o coordenador da Frente Comum de sindicatos, Sebastião Santana, aos jornalistas.
O dirigente sindical apontou que a administração pública tem cerca de 740 mil trabalhadores, que poderão “ajudar a determinar quem vai governar o país”.
Entre os problemas identificados estão uma “fuga de trabalhadores enorme”, a desvalorização das carreiras na administração pública “que impede os jovens de se fixarem” ou o “degradar das funções sociais do Estado e de muitos serviços públicos, como o caso do Serviço Nacional de Saúde e da escola pública”.
De acordo com Sebastião Santana, “é tempo e há agora uma oportunidade de inverter este rumo de degradação” de salários, carreiras e serviços públicos.
No imediato, o representante sindical considerou que é fundamental haver uma valorização salarial, porque apesar de um “aumento matemático daquilo que se ganha”, os trabalhadores “continuaram a empobrecer”.
De igual forma, sublinhou que o Orçamento do Estado para 2024 prevê 14.000 milhões de euros para aquisição de serviços e que deveriam ser utilizados para reforçar a administração pública.
“Representa a externalização de serviços, é dinheiro de todos os portugueses que é tirado para cima do setor privado, quando se a administração pública fosse servida de outra forma, estes 14 mil milhões de euros estariam ao serviço da população e não do engrandecimento de grupos económicos já por si grandes”, afirmou.
Em antevisão à campanha eleitoral, a Frente Comum referiu que está disponível para “discutir com quem defenda a administração pública e visões para a administração pública”, tendo lamentado que o Governo do Partido Socialista que agora cessa funções não tenha aproveitado as mesas negociais.
“Não são exatamente negociações, o Governo senta-se com uma proposta e muito dificilmente arranca dali para outro lado. Não fosse a luta dos trabalhadores, desenvolvida também muito pela Frente Comum, e isso não se tinha alterado durante este mandato”, acrescentou.
A iniciativa de hoje, que ligou a Praça D. Pedro IV até ao Cais das Colunas, em Lisboa, contou com mais de 350 manifestantes, que avançaram sobre a Rua Áurea em fila, alinhados num cordão.
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