“No quadro do programa de transformação das rescisões por mútuo acordo já saíram, desde que começou em novembro de 2017, 419 pessoas. Este ano foram 268 que saíram”, disse Francisco de Lacerda que falava, em Lisboa, em conferência de imprensa após a apresentação de resultados da empresa.

O responsável revelou ainda que, recentemente, foram contratadas mais 200 pessoas para funções como a distribuição do correio, a “interface com os clientes” e para o banco, sublinhando que a empresa conta com 12 mil funcionários.

“O ano passado reduzimos o número de lojas em 70 e pode haver mais algumas, se são únicas em concelho ou não é uma coisa que se verá”, acrescentou.

Questionado sobre o facto de os correios espanhóis terem, no final de janeiro, anunciado a sua entrada no mercado português, através do serviço de distribuição de encomendas, Francisco de Lacerda garantiu que os CTT estão confiantes nas suas capacidades e na sua vantagem.

“Nós, em Portugal, temos a distribuir encomendas de todas as grandes empresas que estão nessa atividade em Espanha. Os correios de Espanha, se vierem, são mais um concorrente e nós cá estamos confiantes nas nossas capacidades e na nossa vantagem competitiva”, afirmou.

Já sobre a votação dos projetos de lei do PCP, do BE e dos Verdes, relativos à renacionalização dos CTT, que vai decorrer esta quinta-feira, o presidente dos Correios de Portugal referiu ter a expetativa de que a maioria vai votar contra.

“O que se vê na fundamentação das propostas são os ideológicos, e cada um vota de acordo com a sua ideologia, e os temas mais objetivos. Em relação aos principais temas, não estamos a abandonar a populações — estamos a aumentar o número de locais em que estamos presentes -, e não temos um problema gravíssimo da qualidade do serviço, nem na distribuição do correio, nem do atendimento em loja”, defendeu.

O lucro dos CTT recuou 28% no ano passado, face a 2017, para 19,6 milhões de euros, “influenciado pelas indemnizações pagas por rescisão de contratos de trabalho por mútuo acordo”, divulgou hoje a empresa.

Em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), os CTT referem que o resultado líquido reportado diminuiu 7,6 milhões de euros em 2018, face a 2017, ou seja, menos 28%, “influenciado pelas indemnizações pagas por rescisão de contratos de trabalho por mútuo acordo de 20,7 milhões de euros (+6,1 milhões de euros), sobretudo no âmbito do Plano de Transformação Operacional”.

Os rendimentos operacionais subiram 1,4% no período em análise, para 708 milhões de euros, e o resultado antes de impostos, juros, depreciações e amortizações (EBITDA) ficou quase inalterado, ao avançar ligeiros 0,6% para 90,4 milhões de euros.