O Departamento de Segurança Nacional indicou que 522 crianças separadas dos seus pais como parte do combate à imigração "ilegal" reuniram-se com as suas famílias, mas outros 2.053 menores permanecem aos cuidados do Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos Estados Unidos.

Na primeira publicação de dados oficiais desde que Trump pôs fim, na quarta-feira, às separações familiares, o Departamento indicou que o processo de reunificação "está bem coordenado".

"O governo dos Estados Unidos conhece a localização de todas as crianças sob sua custódia e está a trabalhar para reuni-las com as suas famílias", acrescentaram.

O nosso sistema é uma piada à boa política de imigração 

Ao tentar conter o fluxo de dezenas de milhares de migrantes da América Central e do México que chegam à fronteira sul todos os meses, Trump ordenou no começo de maio que todos os adultos que entrassem no país de forma irregular fossem presos e os seus filhos separados deles.

Depois de as imagens de crianças em jaulas gerarem uma onda de indignação no país e no mundo, Trump pôs fim à prática da separação, mas continuou com o seu discurso sobre a imigração.

O presidente considera este tema crucial antes das eleições legislativas que vão acontecer no mês de novembro.

"Não podemos permitir que todas estas pessoas invadam o nosso país", disse Trump este domingo na rede social Twitter.

"Quando alguém chega devemos, imediatamente, sem juízes nem julgamentos, levá-lo de volta ao sítio de onde veio", disse, o que sugere um tratamento sem o devido processo legal que a Constituição americana garante a "qualquer pessoa".

Quase todas as famílias que chegam ao país solicitaram refúgio oficialmente.

"O nosso sistema é uma piada à boa política de imigração e à Lei e à Ordem", escreveu Trump, que tem tentado repetidamente vincular os imigrantes com o crime.

Legisladores americanos mencionaram este domingo a necessidade de uma solução mais de longo prazo.

O Congresso não aprovou até agora dois projetos de lei apresentados pela maioria republicana.

Uma proposta foi derrotada na semana passada, como se esperava, enquanto um projeto de lei de "compromisso" entre as fações duras e moderadas do partido também foi rejeitado.

Trump e outros republicanos acusam a oposição democrata de ser branda com a criminalidade e com a imigração.