Desde que foi criada, em 01 de abril de 2020, a linha já atendeu 67.245 pessoas, entre as quais 5.249 profissionais de saúde, disse Luís Goes Pinheiro, em entrevista à agência Lusa a propósito de um ano de pandemia, que em Portugal teve início a 02 de março com o aparecimento dos dois primeiros casos de covid-19.
Apesar de ser uma linha que “está mais vocacionada para o cidadão comum, ainda assim houve 5.249 chamadas de profissionais de saúde, o que significa que também para estes, esta linha de aconselhamento psicológico foi importante existir”, disse o presidente da SPMS - Serviços Partilhados do Ministério da Saúde.
“É normal que em momentos de maior ansiedade, resultantes da maior pressão no trabalho e dificuldades que, muitas vezes, todos temos de conciliar, agora em confinamento, as crianças em casa e a necessidade de assegurar funções laborais, tudo isso gera maior ansiedade”, observou.
Também pessoas que estão com receio quanto ao seu futuro laboral recorrem a esta linha devido à ansiedade que essa situação gera, acrescentou.
“E, portanto, ter esta linha para servir de apoio psicológico às pessoas tem-se revelado absolutamente crucial ou longo ao da pandemia”, salientou Luís Goes Pinheiro.
Este serviço foi criado com a parceria da Fundação Calouste Gulbenkian e a Ordem dos Psicólogos Portugueses para responder às alterações que a pandemia de covid-19 causou na vida das pessoas e dar apoio em várias situações, como por exemplo ansiedade aguda, fragilidade psicológica ou agravamento da doença psicológica.
Gerir emoções (stresse, ansiedade, angústia, medo) em situação de crise, promover a resiliência psicológica, diminuir a probabilidade de desenvolver problemas de saúde mental na sequência da crise pandemia, promover o aumento do sentimento de segurança da população e dos profissionais de saúde e orientar para outras entidades de apoio, em caso de necessidade identificada pelo psicólogo são os objetivos deste serviço.
Além desta linha, o Centro de Contacto do Serviço Nacional de Saúde (SNS24 - 808 24 24 24) também criou em 21 de abril de 2020 uma plataforma de atendimento por videochamada para os cidadãos surdos com intérpretes de Língua Gestual Portuguesa.
Segundo Luís Goes Pinheiro, já foi possível fazer mais de mil triagens intermediadas pelos intérpretes de Língua Gestual Portuguesa e no total houve praticamente duas mil chamadas de cidadãos que recorreram a este serviço.
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