“Mais de 70 pessoas, incluindo civis, foram mortas num ataque com drone a 19 de outubro, quando o OLA estava a integrar militantes que tinha treinado no distrito de Cobi, na zona de Shawa Ocidental na região de Oromia”, disse uma testemunha que solicitou o anonimato.
Segundo a mesma fonte, a maioria dos mortos no ataque eram civis forçados pelo grupo armado a assistir à cerimónia de graduação dos militantes.
Pelo menos 120 pessoas foram também feridas neste ataque com drones, de acordo com a testemunha.
Para além dos ataques aéreos na zona de Shawa Ocidental, ataques semelhantes tiveram lugar no distrito de Nunu Kumba, na zona leste de Welega, nos dias 21 e 22 de outubro, disseram à EFE residentes locais.
O porta-voz do OLA, Odaa Tarbii, disse esta terça-feira na sua conta do Twitter que pelo menos seis ataques com drones tiveram lugar em várias partes da região de Oromia desde 20 de outubro.
“Só em Shawa Ocidental, mais de 150 civis foram confirmados mortos em resultado de ataques com drones em Meta Wolqite e Cobi”, disse Odaa.
Segundo o representante do movimento rebelde, esta terça-feira uma escola em Cobi foi atingido num outro ataque aéreo, em que dezenas de estudantes foram mortos.
A EFE não conseguiu obter comentários das autoridades regionais de Oromia e dos oficiais de comunicações do governo federal etíope sobre os civis mortos nos ataques aéreos.
O OLA é um grupo rebelde que procura a autodeterminação do povo Oromo na Etiópia, que se separou da Frente de Libertação Oromo (OLF) depois de esse partido ter deposto as armas para regressar ao país para fazer política a convite do primeiro-ministro Abiy Ahmed em 2018, quando este chegou ao poder.
Desde então, o grupo rebelde, listado em 2020 como um grupo terrorista pelo executivo etíope, tem utilizado Oromia como base para as suas operações.
O conflito na região de Oromia é diferente da guerra que tem vindo a decorrer desde novembro de 2020 entre o Governo etíope e os rebeldes na região norte de Tigray, a Frente de Libertação Popular de Tigray (TPLF).
No entanto, a TPLF e o OLA anunciaram uma aliança em agosto de 2021 para unir forças contra o governo federal etíope.
Comentários