Em conferência de imprensa realizada na Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC), Rui Esteves adiantou que, até hoje, registaram-se 12.572 incêndios florestais, que consumiram 214 mil hectares.

Em relação a 2016, ocorreram mais 2.795 incêndios e a área ardida quase que duplicou este ano.

Em contrapartida, este ano registaram-se menos 18% de reacendimentos e “uma taxa de eficácia superior no ataque inicial” (quando o incêndio é dominado nos primeiros 90 minutos), adiantou Rui Esteves.

O comandante operacional nacional afirmou que, em julho e agosto deste ano, 92% das ocorrências foram dominadas no ataque inicial, enquanto em 2016 esse valor foi de 90 por cento.

“Com mais 2.795 ocorrências em 2017 em relação a 2016, temos uma taxa de eficácia superior ao ataque inicial”, sustentou.

Questionado sobre o aumento da área ardida este ano, o mesmo responsável referiu que “tem claramente a ver com a severidade meteorológica e a consequência nos incêndios florestais”, designadamente ventos fortes, humidades relativas baixas e grande quantidade de combustíveis e secos.

“É evidente que quando temos uma situação destas, o resultado não pode ser positivo, porque se temos severidade, incêndios com uma evolução eruptiva e incêndios que ardem muito rápido e não alargam, mas fazem uma linha muito rápida e muito contínua, naturalmente explica toda esta situação”, referiu.

Rui Esteves sublinhou também que 123 incêndios são responsáveis por 90% da área ardida deste ano, num total de 193 mil hectares.

O comandante operacional nacional disse igualmente que o desempenho do combate inicial demostra “a eficácia do sistema do combate”.

“Quando falamos de incêndios florestais ou do dispositivo de combate a incêndios florestais apenas falamos no combate, mas há três pilares, um primeiro que é a prevenção estrutural, um segundo pilar que é a prevenção operacional e um terceiro que é o combate, que apenas intervém quando todos os outros não responderam”, avançou.

De acordo com o relatório provisório do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), os incêndios florestais consumiram este ano o valor mais elevados nos últimos dez anos e duas vezes mais do que a média anual de área ardida para o mesmo período.