As plataformas de redes sociais deveriam exibir advertências de saúde como os produtos de tabaco, disse hoje a principal autoridade de saúde dos Estados Unidos.

O cirurgião-geral Vivek Murthy afirmou num artigo publicado no The New York Times, citado pela AFP, que as redes sociais são "um fator importante" na crise generalizada de saúde mental que afeta os jovens.

"É hora" de as autoridades "solicitarem uma mensagem de prevenção às plataformas, para que alertem que as redes sociais estão associadas a danos significativos na saúde mental dos adolescentes", escreveu.

O médico revelou que passar mais de três horas por dia nas redes sociais dobra o risco de sintomas de ansiedade e depressão em adolescentes, e que o uso diário médio no verão de 2023 foi de quase cinco horas.

Um rótulo de advertência das autoridades, "que exige intervenção do Congresso, lembraria frequentemente aos pais e adolescentes que as redes sociais não são comprovadamente seguras", acrescentou.

"Há evidências em estudos sobre o tabaco de que mensagens de alerta podem aumentar a conscientização e mudar comportamentos", disse Murthy, que também se referiu a outras ações do  Congresso para prevenir mortes em acidentes de trânsito, como o uso obrigatório do cinto de segurança.

Em 2023, Murthy emitiu um alerta de saúde afirmando que as redes sociais representam um "risco significativo" para as crianças e que 13 anos é uma idade muito jovem para ter acesso aos aplicativos.

O responsável pediu às escolas de todo o país nesta segunda-feira que "garantam que a aprendizagem em sala de aula e os momentos sociais sejam experiências sem telefones".

O clínico disse ainda que os pais deveriam esperar até o final do ensino secundário para permitir que seus filhos usem as redes sociais e criar "áreas livres de telemóveis na hora de dormir, nas refeições e nas reuniões sociais".