Segundo a agência de notícias francesa, Kais Saied foi acusado pelos manifestantes, reunidos perto do Parlamento, de “levar a Tunísia à falência” e de intimidar os meios de comunicação social, sendo que várias organizações não governamentais tunisinas e internacionais já criticaram uma “tomada de poder” e expressaram receio em relação ao respeito de direitos e liberdades.

Em 25 de junho, com a Tunísia mergulhada num impasse político e numa grave crise socioeconómica e de saúde, o chefe de Estado demitiu o primeiro-ministro, suspendeu o Parlamento e assumiu o poder judicial.

Em 22 de setembro, após dois meses de incerteza, Kais Saied emitiu um decreto que suspendeu vários artigos da Constituição tunisina e impôs “medidas excecionais” para vigorarem enquanto “reformas políticas” são levadas a cabo, incluindo emendas à Constituição de 2014.

O funcionamento do Parlamento continua suspenso, assim como os salários e benefícios dos deputados, e Kais Saied legisla sobre os próprios poderes por decreto e, mesmo depois de ter nomeado (em 29 de setembro) a cientista Najla Bouden como primeira-ministra e ter sido formado Governo, o Presidente tunisino continua a presidir ao Conselho de Ministros.