Durante a pandemia de covid-19, a intervenção nas escolas, que reabrem dentro de duas semanas, deve ser “direcionada e focada e não expandida a toda a escola para perturbar o mínimo possível e com segurança o ano letivo”, explicou hoje a diretora-geral da Saúde, Graça Freitas.

Para isso, está a ser desenhado um documento sobre como intervir perante um caso suspeito e facilitar a comunicação entre a escola, os encarregados de educação e os serviços de saúde.

“Não haver pânico nem tendência de encerrar toda uma escola” é o foco do documento que, segundo Graça Freitas, será conhecido a 7 de setembro, cerca de uma semana antes do arranque do ano letivo, que está previsto começar entre os dias 14 e 17 de setembro.

Na próxima semana, regressam as reuniões entre especialistas, responsáveis políticos e parceiros sociais no Infarmed sobre a evolução da pandemia de covid-19 e nesse dia já será possível conhecer algumas das orientações.

“Na próxima reunião do Infarmed já será possível dar algumas indicações” às escolas, revelou a diretora-geral durante a conferência de imprensa da DGS para fazer um balanço sobre a situação epidemiológica em Portugal.

Também o secretário de Estado da Saúde, António Lacerda Sales, sublinhou a importância do manual que fará a ligação entre as autoridades locais de saúde e os diretores de agrupamentos e que “será muito útil para saber o que deve ser feito em cada situação e que coloca todos os intervenientes em conhecimento, nomeadamente pais e professores”.

Questionado sobre o facto de o documento chegar depois da abertura dos estabelecimentos de ensino privado, que começam a funcionar esta semana, António Sales lembrou que existe um conjunto de orientações para o novo ano letivo “que já foram emitidas”.

Hoje, o primeiro-ministro lembrou que o fim das férias e o regresso ao trabalho e às aulas presenciais vem aumentar o perigo de contágio.

Também o secretário de Estado reconheceu que “a mobilidade sendo maior aumenta sempre o risco”.

“Estamos mais preparados”, garantiu, no entanto, o responsável do Ministério da Saúde.

Sobre o aumento de casos registados nos últimos tempos, Graça Freitas garantiu que eram os previstos e que “os números estão estáveis”: ”Houve um ligeiro aumento, mas é um aumento controlado”, garantiu.

Durante o verão era expectável um aumento de casos, devido às reuniões familiares e maior circulação de pessoas que se confirmou com o surgimento de focos entre os núcleos familiares.

“Por serem da mesma família julgam que têm um escudo invisível que as protege mas não é assim”, voltou a sublinhar Graças Freitas, apesar de saudar a atitude de população que “de um modo geral” tem cumprido as regras de distanciamento físico e etiqueta respiratória.

Portugal contabiliza pelo menos 1.822 mortos associados à covid-19 em 58.012 casos confirmados de infeção, segundo o último boletim da Direção-Geral da Saúde (DGS).