O parlamento decidiu assim homenagear "o percurso de Manuel Alegre, no momento em que recebe tamanho reconhecimento literário", sua "Voz da Liberdade, desde Argel e da luta antifascista, passando pela [Assembleia] Constituinte até aos Combates da Democracia, onde disse sempre presente", segundo o texto, apresentado pelo próprio Presidente da Assembleia da República, Ferro Rodrigues, que recebeu antes o também socialista junto ao salão nobre.

Em declarações aos jornalistas, nos Passos Perdidos, Manuel Alegre lembrou que foi deputado do PS, é agora deputado honorário, e confessou a sua emoção.

"Foi um momento de grande emoção da minha vida", afirmou, repetindo depois declarações já efetuadas à Lusa, dizendo que "não estava à espera" mas que recebe a distinção "com grande serenidade".

Manuel Alegre foi na quinta-feira declarado vencedor do Prémio Camões 2017, após uma reunião do júri na Biblioteca Nacional, no Rio de Janeiro.

O Prémio Camões, instituído pelos Governos de Portugal e do Brasil, em 1988, e foi atribuído pela primeira vez em 1989, ao escritor português Miguel Torga.

"Como poeta, começou a destacar-se nas coletâneas 'Poemas Livres' (1963-1965). Mas o grande reconhecimento nasce com os seus dois volumes de poemas, 'Praça da Canção' (1965) e 'O Canto e as Armas' (1967), apreendidos pelas autoridades antes do 25 de Abril, mas com grande circulação nos meios intelectuais", declarou o Governo português.

Esta é a 29.ª edição do Prémio Camões e o júri foi constituído por Paula Morão, professora catedrática da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, Maria João Reynaud, professora associada jubilada da Faculdade de Letras da Universidade do Porto, Leyla Perrone-Moisés, professora emérita da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo, José Luís Jobim, professor aposentado da Universidade Federal Fluminense e da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Lourenço do Rosário, reitor da Universidade Politécnica de Maputo e pelo poeta cabo-verdiano José Luís Tavares.

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