“Eu queria deixar aqui uma palavra de reflexão sobre as eleições da Alemanha, que não são um bom sinal para as reformas que é necessário fazer na Europa, não são um bom sinal”, disse Manuel Alegre, aludindo aos resultados das eleições de domingo, que deram um resultado histórico à extrema-direita, que chega ao parlamento pela primeira vez desde a II Guerra Mundial e torna-se a terceira força política.

A CDU chanceler alemã, Angela Merkel, venceu as eleições com 33% dos votos, menos que os 41,5% conseguidos há quatro anos, preparando-se para cumprir o seu quarto mandato. Em terceiro lugar ficou a AfD, com 12,6% dos votos. O partido, com apenas quatro anos, é o primeiro à direita dos conservadores a entrar no parlamento em 60 anos.

Falando no renovado Campo da Cebolas, em Lisboa, que hoje recebeu um comício da candidatura do PS à capital, o histórico socialista S disse não ter “dúvidas nenhumas” ao classificar os membros do AfD como “neonazis e conservadores”.

“Nós não podemos dizer, como já disseram alguns responsáveis políticos portugueses, que a Alemanha tem de se habituar a conviver com a extrema-direita no parlamento. Nenhum parlamento de nenhum país democrático se deve habituar a conviver com a extrema-direita e, muito menos, um país como a Alemanha”, salientou.

Referindo-se à capital portuguesa, indicou que Lisboa “esteve em todos os momentos decisivos da história de Portugal”.

“Hoje, continua a ser uma cidade de partida e de chegada e também uma ponte e um traço de união”, notou.

Para Manuel Alegre, o candidato à presidência da Câmara de Lisboa, Fernando Medina, representa “a cultura da inclusão”.

“Nós somos pela inclusão, queremos uma Lisboa de todos e para todos. Portugal é hoje uma exceção e Lisboa tem de ser uma exceção”, vincou, recusando seguir “o exemplo daquelas cidades que advogam a exclusão e o antagonismo”.

Nas eleições de 1 de outubro concorrem à presidência da Câmara de Lisboa Assunção Cristas (CDS-PP/MPT/PPM), João Ferreira (CDU), Ricardo Robles (BE), Teresa Leal Coelho (PSD), o atual presidente, Fernando Medina (PS), Inês Sousa Real (PAN), Joana Amaral Dias (Nós, Cidadãos!), Carlos Teixeira (PDR/JPP), António Arruda (PURP), José Pinto-Coelho (PNR), Amândio Madaleno (PTP) e Luís Júdice (PCTP-MRPP).