"Tem de ser o próprio a pedir a audiência, não posso ser eu a telefonar a dizer: olhe, quer falar comigo?", realçou Marcelo Rebelo de Sousa, em declarações aos jornalistas, num hotel de Santo Domingo.
"Se pedir audiência um antigo Presidente brasileiro, eu recebo - como recebi e estive no Brasil e estive em Portugal com vários", acrescentou.
O chefe de Estado, que se encontra na República Dominicana em visita oficial, aplicou o mesmo critério a todos os ex-presidentes de países da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP): "Foi chefe de Estado brasileiro, de um país da CPLP, eleito democraticamente, recebo obviamente".
Marcelo Rebelo de Sousa falava a propósito de uma eventual deslocação do anterior Presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, a Portugal, a convite do presidente do Chega, André Ventura, para um encontro com figuras da extrema-direita de vários países.
Antes, o chefe de Estado lamentou que o Presidente do Brasil, Lula da Silva, não vá participar na Cimeira Ibero-Americana de sexta-feira e sábado na República Dominicana, por causa da sua visita à República Popular da China, que tem início no domingo.
"É uma pena não vir o Presidente Lula, de facto, nem o vice-presidente brasileiro Alckmin. Mas as coisas são como são, vêm uns, não vêm outros", declarou.
Hoje, em conferência de imprensa, em Lisboa, sem indicar nenhuma presença confirmada nem uma data para este encontro, André Ventura disse que quer fazer um "evento de grande dimensão" em Lisboa, para o qual convidou Jair Bolsonaro e também o anterior Presidente norte-americano, Donald Trump, entre outros políticos.
O presidente do Chega referiu ter informado o Presidente da República sobre este assunto e foi mais longe: "O Presidente da República vai-me perdoar o que eu vou dizer agora, mas espero que não seja nenhuma inconfidência: sei até que o professor Marcelo Rebelo de Sousa, o Presidente da República, está disponível a receber Jair Bolsonaro se ele o solicitar, e estando em Lisboa".
"Isto foi-me transmitido pelo próprio, espero que ele não leve a mal porque acho que é um gesto que é de notar e é um gesto de boa vontade do nosso Presidente da República, que gostava de sublinhar, a disponibilidade imediata que me manifestou para receber o Presidente Jair Bolsonaro se ele o solicitar, mesmo já não sendo o Presidente", reiterou André Ventura.
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