Marcelo Rebelo de Sousa, que falava na abertura da 3.ª Conferência de Lisboa, dedicada ao tema do "Desenvolvimento em tempos de incerteza", na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa, retomou nesta ocasião a sua mensagem de apelo à modernização dos sistemas políticos que, no seu entender, estão em "galopante atraso", assim como o direito.

Nesta ocasião, o chefe de Estado voltou também a criticar a proposta de orçamento comunitário da Comissão Europeia, reiterando que está "longe de representar um bom ponto de partida", e argumentou que "uma União Europeia que falhe na coesão interna é uma União Europeia que falha no essencial, ou seja, na união".

No plano internacional, considerou que se vive "uma mescla indefinida e indefinível de quase aparente regresso à guerra fria, que não chega ainda a sê-lo", mas que, "a vir a concretizar-se, não obedeceria às regras tácitas, nem às pontes informais da que foi vivida no fim da segunda guerra".

Segundo o Presidente da República, neste quadro, é necessário "um esforço coletivo, como tem defendido e praticado o secretário-geral das Nações Unidas, para evitar uma nova e mais aleatória guerra fria ou realidade similar e para travar escaladas de protecionismos, de egocentrismos, de fechamentos de toda a espécie".

"E, já agora, no que nos toca, uma União Europeia mais unida, com crescimento e emprego sustentado e, sobretudo, institucionalmente mais preparada para anos que aí vêm, em que débeis lideranças nacionais tornarão impossível fortes lideranças europeias", acrescentou.