“A parte mais difícil está feita, a parte mais difícil foi feita em janeiro, fevereiro, março, abril, até maio. Agora trata-se da ponta final da transição. Como todas as transições, (...) uns acham que vai depressa mais, outros acham que vai devagar demais, uns acham que deve ser mais para um lado, outros acham para o outro lado, eu tento tomar uma posição de equilíbrio”, referiu Marcelo Rebelo de Sousa.
O Presidente da República falava aos jornalistas perto do Lago de Bled, após uma visita ao castelo com o mesmo nome, e uma caminhada com o presidente de câmara local, Janez Fajfar.
Referindo que é “no equilíbrio que está aquilo que tem sido o comportamento dos portugueses”, o Presidente da República acrescentou ainda que “os portugueses sabem” que irão atravessar um “período sensível” durante o mês de “junho e julho”.
“Maio vencemo-lo bem, já abril tínhamos vencido bem. Mas aí o problema era diferente, era o problema da abertura do caminho para o desconfinamento. (…) Agora, o problema é fazer o desconfinamento num equilíbrio que signifique já não voltarmos atrás, porque já não é possível, nem desejável, voltarmos atrás em termos de restrições que impliquem fechar a atividade económica, social ou não ter turismo”, sublinhou.
Num dia em que almoçou com o primeiro-ministro esloveno, Janez Janša, Marcelo Rebelo de Sousa disse ainda que, durante a refeição, o chefe do Governo esloveno elogiou a resposta portuguesa à pandemia.
“Aqui, como noutros sítios cá fora, a experiência portuguesa é vista com muito apreço. (…) Aquilo que eu ouvi curiosamente foi um elogio dos portugueses pela forma como tinham enfrentado as várias vagas, e nomeadamente esta terceira vaga, comparando com outras experiências onde tinha sido mais difícil convencer as pessoas ao confinamento tão longo na terceira vaga”, frisou.
Marcelo Rebelo de Sousa mostrou-se assim confiante de que Portugal não vai “estragar aquilo que deu tanto trabalho a fazer”, e que tem dado "prestígio internacional", adiantando que, durante a sua visita, os eslovenos têm-lhe transmitido que estão “predispostos a passar férias aos vários níveis em Portugal”.
“Hoje, o enfermeiro que me fez o teste para poder entrar na Bulgária depois de amanhã [o Presidente da República visita o país entre 01 e 03 de maio], disse-me ‘eu já escolhi onde é que vou passar as férias, vou passar a Portugal’”, frisou.
Marcelo Rebelo de Sousa encontra-se atualmente no segundo dia da deslocação oficial à Eslovénia, tratando-se do primeiro Presidente da República a visitar o país desde Jorge Sampaio, em abril de 1999.
Inicialmente prevista para 2020, a visita foi adiada para este ano devido à pandemia de covid-19, sendo os principais temas da deslocação a relação entre os dois países e a presidência do Conselho da União Europeia (UE), tendo em conta que a Eslovénia irá suceder a Portugal em julho.
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