Em declarações aos jornalistas, na varanda do Palácio de Belém, em Lisboa, Marcelo Rebelo de Sousa não quis comentar a escolha para a liderança do PSD nem fazer conjeturas sobre o seu futuro relacionamento com Rui Rio.
"Eu só posso repetir aquilo que tenho dito desde o início do meu mandato: a democracia ganha em ter um Governo forte, uma forte área da governação, e uma oposição forte, para poder ser uma alternativa no momento do voto dos portugueses", afirmou.
"Portanto, aquilo que já pensava no passado, penso neste momento também para o futuro. E desejo felicidades, naturalmente, ao novo líder do PSD", acrescentou.
Questionado se os consensos partidários que tem pedido poderão ficar mais fáceis com o novo presidente do PSD, o Presidente da República respondeu que "é prematuro estar a fazer comentários sobre isso", salientando que Rui Rio "ainda não iniciou funções".
Interrogado sobre a afirmação do primeiro-ministro, António Costa, de que espera dar-se melhor com Rui Rio do que com Pedro Passos Coelho, Marcelo Rebelo de Sousa retorquiu: "Não tenho mais nada a acrescentar, neste momento".
"Aquilo que eu digo é exatamente aquilo que sempre disse, que é: é importante que haja em Portugal várias soluções alternativas para o Governo do país – quem está no Governo, forte; quem está na oposição, forte", repetiu.
Na opinião do chefe de Estado, "depois, sendo possível haver diálogo e entendimentos de regime, muito bem", mas "se não for possível, em qualquer caso, há a hipótese de os portugueses pelo voto escolherem um dos dois termos de alternativa".
Rui Rio foi eleito presidente do PSD em eleições diretas realizadas no sábado, com 54,37% dos votos, mais 10 pontos percentuais do que o seu adversário, Pedro Santana Lopes.
No seu discurso de vitória, o ex-presidente da Câmara Municipal do Porto prometeu que seguirá o legado de Francisco Sá Carneiro e avisou que o atual Governo do PS terá uma "oposição firme e atenta" da nova liderança do PSD, mas "não demagógica ou populista".
O novo presidente do PSD irá entrar em funções a partir do 37.º Congresso social-democrata, que decorrerá em Lisboa, nos dias 16, 17 e 18 de fevereiro, substituindo Pedro Passos Coelho na liderança do partido.
O Presidente da República irá receber Rui Rio em audiência no dia 19 de fevereiro, imediatamente após o Congresso do PSD.
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