“Por isso eu tenho repetido que é uma sorte se ele puder continuar a viver intensamente esta problemática a nível europeu”, disse o chefe de Estado, perante António Costa, na apresentação do livro “O Ano Zero da Nova Europa”, de Bernardo Pires de Lima, no Centro Cultural de Belém, em Lisboa.
Coube ao anterior primeiro-ministro fazer a apresentação do novo livro de Bernardo Pires de Lima, investigador de relações internacionais e consultor da Casa Civil do Presidente da República, mas Marcelo Rebelo de Sousa tomou a palavra antes da sessão terminar para agradecer “este momento de fim de tarde singular” com “duas personalidades excecionais”.
Sobre o autor, Bernardo Pires de Lima, o Presidente da República definiu-o como um “antecipador de destinos” e deixou uma previsão: “Há de haver um dia em que a história, no plano executivo, se cruza com ele, há de haver um dia. Até lá, ele fala para os executivos e não executivos, antecipando aquilo que eles não percebem e hão de perceber”.
Em relação ao ex-primeiro-ministro, Marcelo Rebelo de Sousa fez um elogio ao seu “protagonismo europeu”, de que referiu ter sido testemunha, “antecipando ideais, antecipando problemas, antecipando riscos, antecipando soluções” no quadro da União Europeia.
António Costa é um “apaixonado pela Europa — não é que fosse menos apaixonado por Portugal, mas apaixonado pela Europa”, considerou.
O chefe de Estado saiu em defesa do anterior primeiro-ministro quanto ao alargamento da União Europeia: “O grande debate simplista era: então Portugal é contra o alargamento? Não, Portugal defende a preparação da União Europeia para o alargamento, sabendo que é diferente dos anteriores e muito, muito, muito mais complicado”.
Segundo Marcelo Rebelo de Sousa, num encontro informal dos chefes de Estado europeus do Grupo de Arraiolos foi visível como nesta matéria “cada qual tinha o seu caminho, e não era fácil a convergência entre os vários caminhos”.
Desta vez, o Presidente da República não se referiu em concreto à possibilidade de António Costa vir a presidir ao Conselho Europeu, mas reiterou que espera que possa “continuar a viver intensamente esta problemática a nível europeu”.
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