"O diálogo deve manter-se permanentemente entre o Governo e os sindicatos, os sindicatos e o Governo. Nesta fase estar o Presidente da República ele próprio a intrometer-se nesse diálogo, que é normal, seria um erro, seria um ruído desnecessário, contraproducente", declarou Marcelo Rebelo de Sousa aos jornalistas, no antigo picadeiro real, junto ao Palácio de Belém, em Lisboa.

O chefe de Estado, que falava a meio de uma sessão do programa "Músicos no Palácio de Belém", acrescentou que quis "corresponder a uma solicitação dos últimos dias e da última semana dos professores, dos sindicatos, mas deixando que o diálogo e incentivando que o diálogo seja entre Governo e professores".

O Presidente da República referiu que não irá estar nessas audiências: "Nesta fase, devem ser os consultores a ouvir os pontos de vista reivindicativos dos professores, hoje uma parte dos sindicatos, no sábado outro sindicato, para assim poder ter uma ideia geral das convergências, das divergências, daquilo que são os pontos fundamentais que prosseguem".

"E depois ter a reação do ministério, é muito importante a reação do ministério. A posição do Governo e nomeadamente a posição do senhor ministro da Educação é muito importante para se perceber se há, como eu espero, esperança de aproximação de pontos de vista, e onde, em que pontos é que há, ou se é mais difícil essa aproximação por razões administrativas, políticas ou financeiras", considerou.

Interrogado se poderá vir a assumir um papel de mediador neste processo negocial, se as greves continuarem, Marcelo Rebelo de Sousa respondeu que "o Presidente da República deve evitar essa posição por uma razão muito simples, porque não pode ultrapassar um determinado papel constitucional".