Em declarações aos jornalistas, no final de uma visita ao concelho de São Pedro do Sul, distrito de Viseu, o Presidente da República afirmou que o processo de recapitalização aprovado pelas instâncias europeias "dá uma almofada financeira muito considerável" à CGD, destacando ainda que a injeção de capital por parte do Estado (cerca de 2,7 mil milhões de euros), não conta para o défice público de 2016.

"Como ainda por cima não conta para o défice nenhuma entrada pública [de capital], para este ano, quer dizer que temos aqui uma oportunidade única para reforçar a Caixa, sem o défice sofrer, e ao mesmo tempo dando todas as circunstâncias à administração para poder avançar", sustentou Marcelo Rebelo de Sousa.

Explicou que o restante do capital a empregar na recapitalização, que no total poderá ascender a mais de cinco mil milhões de euros, "é a conversão de empréstimos em capital" e que se admite algo que a oposição ao Governo socialista "sempre achou muito bem, que era eventualmente uma intervenção de privados, não no capital, que continua público, mas em obrigações não convertíveis em capital".

O PR lembrou, por outro lado, que a entrada de "dinheiro vivo, de dinheiro novo por parte do Estado [2,7 mil milhões] é a verba de que a própria oposição [PSD e CDS-PP] sempre falou".

Marcelo Rebelo de Sousa disse ainda esperar que a nova administração da Caixa Geral de Depósitos possa entrar em funções dentro de uma semana: "O processo parece aproximar-se do fim, correu melhor o estarmos a oito dias de termos uma nova administração, espero não me enganar", declarou.

O PR reafirmou ainda que no processo de nomeação da nova administração houve aspetos que correram menos bem e outros que correram melhor, lembrando que quando promulgou o diploma das remunerações dos novos gestores da CGD "parecia que o tempo e o modo não estavam a ser os melhores".

"Foi tempo de mais e um modo às vezes complicado demais", sustentou.