Marcelo Rebelo de Sousa chegou a Luanda na terça-feira de Carnaval, 5 de março, para estar presente no aniversário do Presidente de Angola, João Lourenço, que completou 65 anos, mas o programa da sua visita de Estado só começa hoje, dia mais importante em termos de contactos políticos.
O primeiro ponto do programa é a deposição de uma coroa de flores no Memorial Agostinho Neto, de manhã, seguindo-se um encontro com João Lourenço no Palácio Presidencial, onde haverá igualmente conversações ministeriais e uma conferência de imprensa conjunta dos dois chefes de Estado.
Em cima da mesa estará certamente o tema de regularização de dívidas de Angola a empresas portuguesas, que teve avanços durante a visita do primeiro-ministro português, António Costa, a Angola, em setembro do ano passado, e na visita de João Lourenço a Portugal, em novembro.
À chegada a Luanda, na terça-feira, Marcelo Rebelo de Sousa disse aos jornalistas que se está “a trabalhar a todo o vapor” nessa matéria.
Hoje à tarde, o Presidente português discursa numa sessão solene na Assembleia Nacional e encontra-se com estudantes na Universidade Agostinho Neto, onde deu aulas de direito. À noite, tem um jantar oficial oferecido pelo chefe de Estado e de Governo de Angola.
Acompanham-no nesta visita os ministros dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, Adjunto e da Economia, Pedro Siza Vieira, e da Agricultura, Florestas e Desenvolvimento Rural, Luís Capoulas Santos, a secretária de Estado dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação, Teresa Ribeiro.
A sua comitiva inclui ainda uma delegação parlamentar composta pelos líderes das bancadas do PSD, Fernando Negrão, do CDS-PP, Nuno Magalhães, e do PCP, e João Oliveira, pela vice-presidente da bancada do PS Lara Martinho e pela deputada Maria Manuel Rola, do BE — partido que acompanha pela primeira vez uma visita oficial a Angola.
Entre quinta e sexta-feira, Marcelo Rebelo de Sousa desloca-se ao Lubango, na província da Huíla, e a Benguela, Lobito e Catumbela — viajando de comboio entre estes dois últimos municípios –, na província de Benguela, alargando os seus contactos políticos aos governadores destas regiões.
O chefe de Estado português visita Angola três meses depois de ter recebido em Portugal, também em visita de Estado, o Presidente angolano, João Lourenço, que tomou posse em setembro de 2017, dando início a um novo ciclo político, após 38 anos com José Eduardo dos Santos no poder.
Marcelo Rebelo de Sousa esteve em Angola nessa cerimónia de posse, em que João Lourenço deixou Portugal de fora da lista de principais países parceiros que mencionou no seu discurso.
Esta visita de Estado, considerada uma das mais importantes do seu mandato, termina precisamente no dia 09 de março, em Luanda, onde se irá despedir do Presidente angolano, João Lourenço, e terá um encontro com membros da comunidade portuguesa e lusodescendente.
A passagem deste aniversário em solo angolano não é casual, disse o Presidente à agência Lusa: “Foi uma opção intencional minha e foi possível conjugar o programa”.
Em Angola, segundo dados consulares de 2017, estão registados 135 mil cidadãos portugueses, a maioria com dupla nacionalidade.
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