A poucas semanas da cimeira sobre o clima do próximo mês na Polónia, na declaração conjunta, “Iniciativa por uma maior ambição climática”, afirma-se que as alterações climáticas são “o principal desafio” dos tempos atuais.
Marcelo Rebelo de Sousa assinou a declaração e saúda a iniciativa, como salienta numa nota publica na página da Presidência.
No documento, presidentes e primeiros-ministros alertam para que as temperaturas médias globais já aumentaram acentuadamente se comparando com os valores pré-industriais.
“Sentimos os efeitos imediatos, como no recente verão, inclusivamente na Europa. Ondas de calor e incêndios escaldantes da Grécia ao Ártico ceifaram as vidas de dezenas de mulheres, homens e crianças enquanto destruíam a subsistência de muitos outros”, dizem os responsáveis políticos na declaração.
No documento, que tem como primeiro subscritor o Presidente austríaco, Alexander Van der Bellen, afirma-se que o aquecimento global é uma “séria ameaça à paz e à estabilidade em todo o mundo”, e acrescenta-se que são necessárias medidas para o prevenir, que além de necessárias são benéficas para as economias e para as sociedades do mundo.
Na Polónia entre os dias 2 e 14 de dezembro vai procurar-se finalizar o trabalho iniciado no Acordo de Paris sobre o clima, assinado em 2015, e discutir a definição de novas e mais ambiciosas metas para 2025.
Até agora, as metas apresentadas pelos mais de 190 países que assinaram o Acordo são insuficientes para reduzir a emissão de gases com efeito de estufa de forma a que o aquecimento global não ultrapasse os dois graus célsius em relação aos valores pré-industriais, sendo que a meta mais ambiciosa saída de Paris era a de limitar esse aumento a 1,5 graus.
“Nós, coletivamente, temos a obrigação para as futuras gerações de fazer tudo o que é humanamente possível para acabar com as alterações climáticas bem como para nos adaptar aos seus efeitos adversos”, dizem os subscritores da declaração.
Entre os que a assinaram, além de Marcelo Rebelo de Sousa, estão os presidentes de países como a Alemanha, a Itália, Grécia ou o Chipre, a Finlândia ou a Eslovénia, entre outros.
A Polónia, que recebe as próximas negociações mundiais sobre o clima, não assinou o documento.
O governo polaco pede uma “transição justa”, uma referência à ideia de que os trabalhadores de indústrias intensivas em carbono, como os das minas de carvão, devem receber apoio financeiro e formação para novos empregos.
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