Em declarações aos jornalistas, num hotel de Brasília, questionado sobre o que espera da cerimónia de hoje, o Presidente da República respondeu: "Expectativas, não sei. Por um lado, recordo a minha tomada de posse".
"Quando eu ia para a minha tomada de posse e estava a preparar o meu discurso, o que eu pensava era em falar para o maior número de portugueses: para aqueles que tinham votado em mim, para aqueles que não tinham votado em mim, para aqueles que se tinham abstido. Somando todos é que se tem o retrato do país", referiu.
"Mas cada país é um país, cada Presidente é um Presidente. Vamos ver o que se passa", acrescentou.
Marcelo Rebelo de Sousa disse estar a colocar-se, "tanto quanto é possível, nos sapatos do novo Presidente" do Brasil, a quem desejou "boa sorte" na tarefa de chefiar o Estado e de governar um país "que é quase um continente, que tem responsabilidades brutais".
"Cada vez que tenho estas experiências, penso para comigo mesmo o que é que eu pensei e o que é que eu senti quando ia para a tomada de posse", declarou.
Comparando a posse de hoje à tarde com a sua, o chefe de Estado observou que em Portugal "é muito mais simples".
"Aqui há, em cerimónias separadas, o juramento, o discurso e a posse do Governo, uma vez que o Presidente é simultaneamente chefe do Governo. O que faz com que seja tudo seguido e também ligado à receção [aos convidados estrangeiros]. São seis ou sete horas seguidas", realçou.
A cerimónia de posse do Presidente do Brasil decorre entre a Catedral de Brasília, o Congresso Nacional, o Palácio do Planalto e o Palácio Itamaraty, com inéditas medidas de segurança e restrições à circulação da comunicação social, da população e das comitivas estrangeiras.
Em contraste, no dia da sua posse como Presidente da República de Portugal, 09 de março de 2016, Marcelo Rebelo de Sousa chegou a pé ao Palácio de São Bento, ‘furando’ o protocolo.
No seu discurso, apelou à unidade, pacificação e autoestima dos portugueses, declarando-se um "Presidente de todos sem exceção", que "não é nem a favor nem contra ninguém" e "assim será politicamente, do princípio ao fim do seu mandato".
As cerimónias da sua posse tiveram um formato original, que se prolongou durante todo o dia, incluindo um encontro ecuménico na Mesquita de Lisboa e um concerto na Praça do Município.
Dois dias depois, estenderam-se à cidade do Porto, onde Marcelo Rebelo de Sousa foi saudado por centenas de pessoas, na avenida dos Aliados, e visitou o bairro do Cerco.
[Notícia atualizada às 15h56]
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