A Academia do Johnson, criada por João Semedo, ex-recluso tornado ativista pela inclusão, é uma organização localizada no Bairro do Zambujal, na Amadora (distrito de Lisboa), que tem como objetivo “a promoção do desenvolvimento humano e bem-estar, através do acompanhamento personalizado a crianças e jovens oriundos de meios familiares e sociais fragilizados, bem como às suas famílias”.
A associação tenta desempenhar a sua missão incutindo às crianças e jovens “valores humanistas, assentes nos princípios da justiça, equidade, liberdade, solidariedade e autorrealização”.
Depois de a academia ter visita o Palácio de Belém na semana passada, hoje foi a vez de o Presidente da República ir até Alfragide conhecer a sede da associação e o trabalho que realiza no local.
“Fico maravilhado porque é uma obra excecional, de uma pessoa que passou a vida que passou, que aprendeu com essa vida, e que pega em centenas de jovens, fá-los estudar, cria condições para fazerem desporto, cria um ambiente que é um ambiente excecional, de várias idades, portanto de várias gerações”, afirmou Marcelo Rebelo de Sousa aos jornalistas.
Apontando que “os mais velhinhos podem conhecer o mundo”, o chefe de Estado destacou igualmente que “os mais novinhos, desde o primeiro ano, vão crescendo num ambiente que é um ambiente de facto de família, de família e de amizade”.
Segundo o Presidente da República, “há portugais que são esquecidos ou desconhecidos”, embora estejam “ao lado” da maioria da sociedade, “e há muitos, muitos”.
“Este é um de milhentos portugais que estão ao nosso lado e nós não olhamos, com a pressa com que passamos, vamos de um sítio para outro na nossa vida, passamos por esse Portugal, e não o vemos”, criticou.
Para ajudar a resolver este problema, Marcelo advogou que “é preciso parar, perceber, compreender e, neste caso, agradecer ao Johnson a obra que tem feito”.
“E é por isso que estou aqui porque é um exemplo de vida e é um exemplo de dedicação à comunidade”, frisou, com João Semedo ao seu lado.
Nesta visita no dia de Carnaval, o Presidente visitou os vários locais onde as crianças e jovens realizam atividades, entre os quais o campo de futebol, sempre acompanhado por pequenas princesas, super-heróis, unicórnios ou palhaços.
Nas salas, Marcelo Rebelo de Sousa quis conhecer o espaço, ver os livros pedagógicos e os testes que os mais novos fizeram, e espreitou até a casa de banho. Houve também tempo para acompanhar um jogo de matraquilhos que já decorria quando entrou na academia.
Durante a visita, o chefe de Estado foi presenteado com uma demonstração de dança, e fez questão de destacar “a pedalada” das bailarinas, que “estiveram muito bem”.
Antes de ir embora, o Presidente da República assistiu a um jogo de futsal entre os benjamins e os infantis, as camisolas roxas e as camisolas brancas, num local privilegiado, mesmo atrás da baliza. No final da partida, Marcelo Rebelo de Sousa fez questão de elogiar a única rapariga da partida, Carolina, que alinhava com a camisola roxa número três,
Para a viagem de regresso, o presidente levou consigo um postal com montanhas e corações que lhe foi oferecido pela pequena Helga.
“Olá senhor Presidente, eu espero que tenha gostado de vir à Academia do Johnson, ele é uma excelente pessoa. […] Espero que nos voltemos a encontrar com o senhor Presidente Marcelo Rebelo de Sousa, beijinhos”, leu a menina.
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