Numa mensagem de pesar e condolências à família publicada este sábado no sítio "online" da Presidência da República, Marcelo Rebelo de Sousa recorda que a publicação das "Novas Cartas Portuguesas", foi "um acontecimento que definiu uma época".
"Tomando de empréstimo o modelo das Cartas Portuguesas atribuídas a Mariana Alcoforado, mas discutindo o mundo português contemporâneo, o livro era a expressão de uma mudança de mentalidades e de uma resistência crítica que a censura mal pôde conter", recordou o Chefe de Estado.
O caso - refere Marcelo Rebelo de Sousa - "levou às páginas da imprensa internacional as chamadas "Três Marias": Maria Isabel Barreno, Maria Teresa Horta e Maria Velho da Costa".
"Mas a obra de Isabel Barreno vai muito além das Cartas", salienta o Presidente da República, apontando os romances, novelas e contos da autora, que, na sua opinião "procuram sempre uma forma de conhecimento da realidade portuguesa".
"Conhecimento psicológico e sociológico, empírico e filosófico, em contexto quotidiano e doméstico ou em registo fantástico. E é esse conhecimento que fundamenta a recusa da dominação das mulheres e da submissão aos ´legítimos superiores´", sustenta o Chefe de Estado sobre a obra da escritora e investigadora.
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