"É que se pensássemos assim estaríamos a criar guetos, no fundo, xenofobias involuntárias. E é irrealista. Os idosos de que falamos são quase um terço da nossa população. E se somarmos os doentes mais vulneráveis estamos perto de 40%", afirmou Marcelo Rebelo de Sousa, no início do programa "Prós e Contras", na RTP1.
Num depoimento em vídeo transmitido neste programa apresentado por Fátima Campos Ferreira, hoje dedicado à pandemia de covid-19, o chefe de Estado acrescentou que "não há como uma democracia, que respeita a pessoa, marginalizar 30% ou 40% da comunidade".
"Nós temos resistido, e resistido bem, a pensar e sentir que podíamos fechar apenas protegendo os idosos e doentes mais vulneráveis, deixando o resto da sociedade levar uma vida normal, como se a crise lhe não respeitasse, e tudo seria tudo mais fácil e certo - não seria, como não seria se o grupo de risco fossem só as crianças ou só os jovens", considerou.
Marcelo Rebelo de Sousa referiu ainda, a este propósito, que Portugal é "dos quatro ou cinco países mais envelhecidos da Europa, e dos países da Europa com mais emigrantes na Europa, dos mais abertos à circulação de pessoas e mesmo ao turismo".
Segundo o Presidente da República, todos percebem que "não se trata de um combate por um grupo de risco, pelos idosos ou pelos doentes com certas vulnerabilidades, mas por toda a sociedade".
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de 1,3 milhões de pessoas em todo o mundo, das quais mais de 73 mil morreram.
Em Portugal, registaram-se 311 mortes e 11.730 infeções confirmadas, segundo o balanço feito hoje pela Direção-Geral da Saúde.
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