"Decido em 2023 se me recandidato", frisou António Costa quando questionado há 15 dias numa entrevista ao Expresso se fazia intenções de se recandidatar após o final da legislatura em vigor.
A resposta está sujeita apenas a duas interpretações: fica ou sai. E, após a reunião da família socialista que terminou no último domingo, a de Marcelo é a de que o primeiro-ministro vai sair.
"A minha análise é que ele não se recandidata", referiu ao Expresso num rescaldo do Congresso do PS que despontou potenciais sucessores do atual secretário-geral.
A justificação para esta opinião? Foi o próprio primeiro-ministro a lançar o tema da sucessão e de que só falaria no futuro em 2023. E se se aliar este tema ao facto dos milhões da "bazuca" europeia terem de ser aplicados até 2026 e no Congresso não ser lançada uma agenda para os próximos cinco anos, aos olhos do Presidente da República, isto quer dizer que António Costa quer sair.
Porém, de acordo com o semanário, Marcelo acredita que não há qualquer tabu na decisão do líder do Governo. Trata-se apenas de desgaste pessoal e falta de perspetivas. Na opinião do Chefe de Estado, mesmo que se candidate à liderança do Parlamento Europeu ou ao Conselho da União Europeia, a realidade é que em território nacional uma vitória nas legislativas não deverá trazer melhores condições para governar do que aquelas que tem agora — e não estará disposto a manter-se refém de uma maioria que não se baste a si própria.
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