"Tive com o secretário-geral do PCP uma cooperação institucional e ele manteve sempre uma cooperação institucional com o Presidente da República. Independentemente de concordâncias e discordâncias, como aconteceu na votação do último Orçamento do Estado, do penúltimo, que determinou a dissolução do parlamento, foi sempre de uma cortesia institucional e de uma cooperação institucional muito rigorosa", afirmou.

O chefe de Estado falava aos jornalistas no fim de uma visita à Casa das Histórias – Paula Rego, em Cascais, no distrito de Lisboa, em reação à notícia da saída de Jerónimo de Sousa das funções de secretário-geral do PCP, anunciada pouco antes, através de comunicado.

Em comunicado, o PCP anunciou que Jerónimo de Sousa, "refletindo sobre a sua situação de saúde e as exigências correspondentes às responsabilidades que assume, colocou a questão da sua substituição nas funções que desempenha" como secretário-geral do PCP.

Numa reunião do Comité Central do PCP marcada para o próximo sábado, 12 de novembro, "será feita a proposta de eleição de Paulo Raimundo para secretário-geral do PCP", lê-se no mesmo comunicado.

Marcelo Rebelo de Sousa referiu que conhece Jerónimo de Sousa há cerca de 50 anos, desde o tempo da Assembleia Constituinte, de que ambos fizeram parte, entre 1975 e 1976: "Lembro-me dele na bancada do PCP, muito jovem. Portanto, éramos dos últimos remanescentes desse tempo da Constituinte".

Sobre Paulo Raimundo, disse que se lembra de ter exercido funções nos órgãos do PCP quando Carlos Carvalhas era secretário-geral: "Penso que era membro de um dos órgãos cimeiros do partido. Isso coincidiu com a fase final da minha liderança do PSD".

Marcelo Rebelo de Sousa liderou o PSD entre 1996 e 1999.

Questionado se pensa que vai haver alguma mudança no posicionamento do PCP com o novo secretário-geral, o Presidente da República respondeu: "Não me posso pronunciar sobre isso. Pense o que pensar sobre isso, não me posso pronunciar".

"Eu não comento escolhas partidárias", frisou o chefe de Estado.

"Não tenho nenhum comentário a fazer, é uma escolha partidária, como a de qualquer outro partido, desejo felicidades no exercício das funções e sublinho o relacionamento institucional positivo que tive ao longo dos tempos, desde o tempo da Constituinte, com o secretário-geral que acaba de sair, Jerónimo de Sousa", reiterou.

O Presidente da República recordou que também quando Rui Rio deixou a liderança do PSD registou a "colaboração institucional" entre os dois e "o contributo que ele tinha dado numa certa fase da vida do partido e da democracia", desejando felicidades ao seu sucessor, Luís Montenegro.

(Notícia atualizada às 22h09)