Em declarações à Agência Lusa, no decorrer de uma visita à cidade de Lamego, Marcelo Rebelo de Sousa antecipou que irá apresentar, segunda-feira na Cimeira da Ação Climática, em Nova Iorque, os compromissos assumidos por Portugal para cumprir aquelas metas.

“Portugal está a dar um exemplo com o seu roteiro que aponta para uma meta muito clara que é de 2050 e eu irei apresentar aqueles pontos em que Portugal já se comprometeu", declarou, adiantando que alertará também para a necessidade de as medidas serem tomadas com urgência.

“Estamos atrasados. Como tem dito António Guterres: temos de recuperar o tempo perdido, porque não há alternativa, não há. Temos de o fazer congregando todos, não dividindo, mas unindo, de uma forma inteligente e sensata, mas rápida”, avisou.

Neste sentido, Marcelo Rebelo de Sousa considerou que Portugal já está a concretizar os compromissos a que se propôs como a questão da “descarbonização prometida pelo Governo” que, no seu entender “é uma meta nacional” e tem de ser atingida.

Na cimeira, convocada pelo secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, o Presidente da República vai apresentar o quadro de metas propostas por Portugal, que passam por “promover as renováveis, promover novas formas de educação ambiental, para ter metas, mas metas quantificadas e com datas quanto à disponibilização dos recursos energéticos”, porque, acrescentou, “Portugal quer estar na liderança, quer na União Europeia, quer a nível mundial”.

“A proposta de Portugal estabelece as prioridades ao longo do tempo e, portanto, lá tem os passos que é preciso dar, não são todos exatamente no mesmo momento, mas vão sendo dados, dentro de uma visão de não desequilibrar uma sociedade e de não dividir a sociedade, mas de criar uma adesão pedagógica, educativa de todos”, defendeu.

Sem querer comentar tomadas de posição de entidades privadas, como por exemplo da reitoria da Universidade de Coimbra que aboliu a carne de vaca das ementas das cantinas universitárias, o Presidente da República defendeu que “o importante é cumprir metas”.

“Em termos nacionais o importante é cumprir-se metas, mobilizando as pessoas, explicando, esclarecendo e mobilizando, evitando criar guerras e clivagens que são um ruído para a prioridade fundamental que é a prioridade que Portugal assumiu em termos pioneiros e um dos países liderantes da causa defendida por António Guterres”, alertou.

Marcelo Rebelo de Sousa disse ainda que uma das quatro mensagens que levará à cimeira do clima é um agradecimento ao secretário-geral da ONU, António Guterres, "pelo que tem feito" nas questões do ambiente.

“Sendo um grande militante por essa causa [clima], é no fundo um militante pela causa da paz e do desenvolvimento e do futuro e espero que um dia seja reconhecido a vários níveis esse seu contributo a favor da paz e a favor do desenvolvimento sustentável e da justiça entre gerações”, disse.

Na sua intervenção em Nova Iorque, Marcelo Rebelo de Sousa vai também fazer uma “referência especial” a Greta Thunberg, a jovem nórdica de 16 anos que atravessou o Atlântico “para levar a mensagem não apenas ao congresso americano, mas, sobretudo, às Nações Unidas, agradecendo a uma geração que está a liderar a luta em termos de alterações climáticas”.

O Presidente da República participa segunda feira na Cimeira de Acção Climática, convocada pelo secretário geral da Nações Unidas, Antonio Guterres, em Nova Iorque, na qual se pretende que os líderes mundias apresentem os seus planos para cumprir o Acordo de Paris.