
O presidente da república começou por dizer que é necessário um "virar de página rápido e profundo".
Marcelo Rebelo de Sousa sublinhou que “o mundo mudou imenso nos últimos meses” e “vai mudar mais”. “EUA parecem distanciar-se de aliados europeus, UE tem de se unir ainda mais” e “evitar ficar descartável ou enfraquecida entre EUA e Rússia”.
“Portugal soube equilibrar as contas, reduzir dívida externa, atrair novos projetos, subir nas classificações nas agências financeiras”, disse ainda, e alertou que é preciso não desperdiçar PRR e melhorar educação e saúde.
“Tínhamos superado a solução de Governo”, apontou. “Tudo começou com questões sobre atividades passadas e efeitos presentes” do Governo e Primeiro-ministro, lembrou recordando as moções de censura e confiança recentemente apresentadas.
“Porque é que o Governo anunciou e apresentou a moção de confiança e as oposições rejeitaram essa moção?”, questiona Marcelo.
“Este choque, não apenas legal nem político, mas sobretudo de juízo ético e moral sobre uma pessoa e a sua confiabilidade, suscitou uma questão nova: todos os esforços de entendimentos, mesmo mínimos, se revelaram impossíveis”.
Eleições a 18 de maio
“Para uns a confiança ética ou moral era óbvia, para outros a desconfiança moral ou política era óbvia”, continuou o Presidente da República, que salientou que “o acordo era impossível”, e por isso “não havia meio caminho”.
Marcelo destacou ainda um “panorama” que surgiu pela primeira vez em democracia e confirma os partidos se alinharam no pedido de eleições antecipadas. “O mesmo foi o parecer unânime do Conselho de Estado, não desejando, mas tendo de aceitar a saída pela realidade”, refere.
Assim, Marcelo sublinha que é apologista da “estabilidade” e anunciou eleições para 18 de maio de 2025: “a data preferida pelos partidos”, segundo o presidente.
Por fim, o Chefe de Estado transmitiu o desejo que a transição seja “se possível tão pacífica como a vivida em 2024”. Pede, então, não só um “debate claro, frontal, esclarecer, digno” mas também “respeitador da diferença e pluralismo” que “fortaleça” e “não abra ainda mais a porta a experiência que todos sabem como começam e acabam”.
Disse também que é relevante que “o debate que dê força a quem nos vier a representar na Assembleia da República e a governar” e também “à democracia”. “E com ela e a sua capacidade de enfrentar e superar crises, que só a democracia tem, não a ditadura”, terminou.
Comentários