"Eu não faço comentários sobre a vida política portuguesa", respondeu o chefe de Estado, quando questionado pelos jornalistas sobre este assunto, num hotel de Jerusalém, onde fez um balanço da sua deslocação a Israel para participar no 5.º Fórum Mundial do Holocausto.

Na quarta-feira, durante uma visita como primeiro-ministro a uma empresa em Loures, no distrito de Lisboa, António Costa foi questionado se pondera o apoio do PS a uma eventual candidatura presidencial de Ana Gomes e recusou fazer nessa ocasião qualquer comentário sobre este tema.

Antes de partir para Portugal, com escala na Grécia, Marcelo Rebelo de Sousa foi novamente interrogado sobre o caso 'Luanda Leaks', e reiterou a posição de que "o que há a tratar é tratado a nível de investigação judiciária, de poder judicial, ou de entidades supervisoras ou reguladoras", e não do poder político.

Segundo o chefe de Estado, o encontro entre procuradores-gerais de Portugal e de Angola, em Lisboa, é "a concretização de um relacionamento entre instituições ligadas à justiça", que corresponde à posição que exprimiu: "É a concretização daquilo que eu tinha dito".

O Presidente da República realçou que "o Governo disse exatamente o mesmo" e escusou-se a falar dos desenvolvimentos deste caso, que envolve a empresária e filha do anterior Presidente angolano Isabel dos Santos, constituída arguida em Angola.

"Eu aqui no estrangeiro não quero dizer mais nada sobre isso", afirmou Marcelo Rebelo de Sousa.

Eleito Presidente da República há quatro anos, nas eleições de 24 de janeiro de 2016, Marcelo Rebelo de Sousa mantém em aberto a sua recandidatura ou não nas presidenciais de 2021, tendo remetido o anúncio da sua decisão para outubro deste ano.

Na quarta-feira, o antigo líder parlamentar do PS Francisco Assis manifestou o seu apoio a uma eventual candidatura de Ana Gomes ao cargo de Presidente da República, considerando que a socialista é a "escolha natural" para congregar "várias esquerdas".

"Acho que não há personalidade em melhores condições do que Ana Gomes para ser candidata à Presidência da República. E também acho que era bom que a esquerda democrática tivesse um candidato. Se ela se candidatar, eu seguramente vou apoiá-la", disse Francisco Assis, no programa da Rádio Renascença "Casa Comum".

Isabel dos Santos foi visada pelo Consórcio Internacional de Jornalismo de Investigação (ICIJ), que revelou, no domingo, mais de 715 mil ficheiros, sob o nome de 'Luanda Leaks' que detalham esquemas financeiros usados por ela e pelo marido, Sindika Dokolo, que terão permitido retirar dinheiro do erário público angolano, utilizando paraísos fiscais.

(Notícia atualizada às 19h45)

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