Marcelo Rebelo de Sousa falava aos jornalistas no Palácio Presidencial, em Atenas, antes de se deslocar para o aeroporto, para regressar a Lisboa.
Segundo o chefe de Estado, nestes dois dias e meio foi possível "fazer um balanço da situação na Grécia", que se prepara para concluir o seu programa de assistência financeira, e "perceber o que é que isso significa para a Grécia e para as relações bilaterais entre os dois países, em termos económicos, financeiros e sociais".
"Há uma expectativa, há aquele nervoso próprio do momento, mas correu muito bem", disse.
Marcelo Rebelo de Sousa apontou como outros eixos principais da visita de Estado os refugiados e as questões europeias.
"Em todas estas áreas, correu melhor do que esperava. Ainda juntámos mais uma área, que foi a cultural e, hoje à hora de almoço, vimos como é que era possível pôr em contacto universidades, academias e museus e fundações culturais. O contacto é ainda muito pequeno e há que ir mais longe, mesmo ao nível de estudantes, professores, artistas, escritores - vamos ver se é possível", acrescentou.
Sobre a deslocação que fez hoje de manhã ao campo de refugiados de Tebas, o Presidente da República declarou ter encontrado o que esperava, pessoas "com a vida suspensa", muitas das quais "desejariam ir para outro país", que vivem problemas como a separação da sua família, a falta de documentação e a necessidade de reorientação profissional.
"É uma grande angústia", sintetizou.
Por outro lado, o chefe de Estado destacou a visita que fez durante a tarde a um centro jesuíta de apoio aos refugiados, em Atenas, onde encontrou voluntários portugueses: "Foi não só muito emocionante, mas muito gratificante ver o reconhecimento pelo trabalho dos nossos voluntários e acompanhar aquilo que se passa. Coloca problemas de futuro".
Questionado sobre a política europeia nesta matéria, respondeu: "Vamos ver até onde é possível ir, mas Portugal tem feito tudo o que pode e o que não pode para que a Europa esteja à altura daquilo que são os seus valores também em matéria de migrações e de refugiados".
No que respeita às políticas europeias, de acordo com Marcelo Rebelo de Sousa, esta visita serviu para confirmar que Grécia e Portugal estão de acordo.
"Houve uma convergência muito grande, quer a nível de presidentes, já se sabia, quer a nível de encontro com o primeiro-ministro, quer com o presidente do parlamento", referiu, acrescentando que a delegação portuguesa atuou "com uma grande convergência de pontos de vista", porque colocou "o essencial à frente daquilo que poderia dividir".
Acompanharam o Presidente da República nesta visita à Grécia, iniciada na segunda-feira, o ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, e os deputados Amadeu Albergaria, do PSD, Sofia Araújo, do PS, Álvaro Castelo Branco, do CDS-PP, Paulo Sá, do PCP, e José Manuel Pureza, do BE, que é vice-presidente da Assembleia da República.
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