Em declarações aos jornalistas, num hotel de Brasília, horas antes da cerimónia de posse de Jair Bolsonaro, Marcelo Rebelo de Sousa foi questionado sobre o que espera do novo Governo brasileiro, em relação à CPLP.

“Eu não sei o que é que espero. Eu sei o que vou lá defender. Eu vou defender um empenho brasileiro na CPLP. Não há CPLP sem Brasil. O Brasil é uma potência mundial, é um país liderante do Mercosul, tem um peso fundamental no universo latino-americano”, respondeu.

Segundo o Presidente português, “o Brasil tem de estar profundamente empenhado na CPLP” para que esta comunidade tenha “peso no mundo”.

“É isso que eu vou dizer ao Presidente Bolsonaro. É isso que eu espero ouvir dizer da parte dele”, acrescentou, numa alusão ao encontro entre os dois que está marcado para quarta-feira de manhã, no Palácio do Planalto, em Brasília.

No seu entender, o Brasil, “sendo uma potência mundial, naturalmente tende a privilegiar esse peso em termos de contactos bilaterais em diversos quadros em todo o mundo, mas nunca deixou de ser fiel à CPLP, nunca deixou de se empenhar na CPLP”.

“Foi na presidência do Brasil que foi aprovada a nova estratégia para a CPLP”, salientou.

Marcelo Rebelo de Sousa falou sobre a CPLP a propósito do jantar que ofereceu na noite de domingo, véspera de ano novo, na Embaixada de Portugal a representantes desta comunidade presentes em Brasília por ocasião da posse de Bolsonaro.

“Começámos tarde o jantar, a CPLP tem essa característica comum, realmente temos uma noção de tempo peculiar. E, portanto, terminámos tarde”, referiu.

Estiveram nesse jantar o Presidente de Cabo Verde, Jorge Carlos Fonseca, ministros de Angola e de São Tomé e Príncipe, o secretário executivo e outros representantes da CPLP, disse.

“Foi muito agradável porque, de facto, tínhamos não só os mesmos pontos de vista na análise da situação política global como, sobretudo, estávamos muito esperançosos, moderadamente esperançosos, é melhor dizer, relativamente ao novo ano. Portanto, assim foi, passámos [o ano] em conjunto na Embaixada de Portugal em Brasília”, descreveu.