O navio em questão é o “USNS Roy P. Benavidez” e está a cerca de oito quilómetros do cais e da base de operações do projeto, que está a ser construído pelos militares israelitas, segundo a agência noticiosa norte-americana.

Uma imagem de satélite de domingo do Planet Labs PBC, citada pela AP, mostra partes da plataforma flutuante no Mar Mediterrâneo ao lado do navio. As medidas do navio correspondem às características conhecidas do “Benavidez”, um navio de carga de veículos da classe Bob Hope operado pelo Comando Militar de Transporte Marítimo.

As forças armadas dos Estados Unidos da América (EUA) e as autoridades israelitas não comentaram a atual posição do “USNS Roy P. Benavidez”, afirmando apenas que esperam ter o cais móvel instalado e as operações em curso no início de maio.

O plano dos EUA prevê que a ajuda humanitária seja carregada em navios comerciais em Chipre para navegar até à plataforma flutuante e as paletes carregadas em camiões, que serão depois transferidas para navios mais pequenos, que se deslocarão até uma ponte metálica flutuante. O passadiço de 550 metros permitirá chegar à costa do enclave.

O novo cais está localizado a sudoeste da cidade de Gaza, numa região que era das mais populosas do território antes da ofensiva terrestre israelita, que obrigou à deslocação de mais de um milhão de pessoas para sul, em direção à cidade de Rafah, na fronteira egípcia.

As posições militares israelitas situam-se de ambos os lados do cais, inicialmente construído pela World Central Kitchen, num trabalho que foi interrompido após o ataque aéreo israelita que matou sete trabalhadores daquela organização humanitária no início do mês.

As estimativas norte-americanas sugerem que as entregas na rota marítima vão totalizar, num primeiro momento, cerca de 90 camiões por dia e poderão aumentar rapidamente para cerca de 150 camiões diários, combatendo as dificuldades atuais para fazer chegar o apoio.

Segundo as organizações humanitárias, é necessária a entrada diária de várias centenas de camiões em Gaza para responder às consequências da atual guerra, provocada pelo ataque dos islamitas palestinianos do Hamas a Israel, a 07 de outubro de 2023, e que matou cerca de 1.200 pessoas e fez mais de duas centenas de reféns.

Em retaliação, Israel prometeu aniquilar o Hamas e lançou uma ofensiva que causou mais de 34 mil mortos na Faixa de Gaza, segundo dados do Ministério da Saúde tutelado pelo Hamas, que controla o enclave desde 2007.

A retaliação israelita está a provocar uma grave crise humanitária em Gaza, com mais de 1,1 milhões de pessoas numa “situação de fome catastrófica” que já está a fazer vítimas – “o número mais elevado alguma vez registado” pela ONU em estudos sobre segurança alimentar no mundo.