O 11.º dia oficial de campanha de Marisa Matias começou no Porto, com a visita a uma ama da Segurança Social, agora já reformada, para destacar aquele que foi um dos “exemplos do melhor que aconteceu em Portugal”, ou seja, a regularização dos seus vínculos depois de terem sempre trabalhado a recibos verdes.
Em declarações aos jornalistas no final, a recandidata presidencial bloquista foi questionada sobre a preocupação quanto à abstenção nas eleições de domingo, no dia em que, especialistas ouvidos pela agência Lusa, anteciparam que esta poderá ser recorde, entre os 60% e os 70%, devido ao medo da pandemia de covid-19, ao desinteresse dos eleitores e por haver um candidato favorito.
“Estamos num período mesmo difícil, de confinamento. As pessoas podem continuar a sair de casa para algumas das suas atividades essenciais e eu considero que o voto é uma das atividades essenciais em democracia. Por isso, espero que as pessoas se sintam seguras e com confiança para poder sair e exercer o seu direito no dia das eleições”, defendeu.
Questionada sobre que legitimidade poderá tem um Presidente da República eleito apenas com os votos de 30% a 40% da população, Marisa Matias começou por sublinhar as “circunstâncias muito particulares” devido à pandemia, mas recordou que, “infelizmente, a abstenção não é problema que apenas se pode colocar nestas eleições”, sendo um fenómeno que já vem de trás.
“Nós não podemos desvalorizar a democracia em nenhum momento. Se nós garantirmos às pessoas todas as condições, todas as normas, é uma forma de valorizarmos também e respeitarmos as pessoas”, apontou.
Assim, na perspetiva da bloquista, as pessoas devem pronunciar-se “sobre qual é o futuro que querem para o seu país e não é indiferente dar a voz às pessoas num período de pandemia”.
“Estamos a viver dos momentos mais difíceis da nossa vida, não vamos deixar as pessoas fora das decisões para o seu futuro”, reiterou.
Confrontada sobre a confusão que poderá gerar nas pessoas o facto de se pedir para ficarem em casa, mas, no domingo, já saírem para poder votar, Marisa Matias foi perentória: “não creio que haja confusão nenhuma no sentido que estamos a falar de um exercício de um direito fundamental em democracia”.
“As pessoas, e bem, não estão impedidas de sair para ir comprar comida, medicamentos e também não estão impedidas, e bem, de poder exercer o direito de voto”, reforçou.
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