Na semana passada, o campo de migrantes de Moria, em Lesbos, o maior da Europa, inaugurado há cinco anos no auge da crise migratória, foi totalmente destruído por incêndios, deixando os seus 12.000 ocupantes desabrigados.
“Em Lesbos mais de dez mil pessoas dormem ao relento, tantas como a população da ilha. Quase mil são crianças. Estão a passar fome e o mundo fecha os olhos. Vamos a Moria para furar a barreira física que a violência da extrema-direita está a fazer aos refugiados e a barreira mediática criada pelo governo grego”, sublinhou Marisa Matias numa declaração à agência Lusa.
A eurodeputada do BE exige “que estas pessoas não sejam abandonadas à morte”, que se "cumpra o direito internacional e que a União Europeia seja solidária com quem nada tem”.
“É preciso ir lá para desmontar o cerco e falar abertamente da tragédia, é preciso mostrar a solidariedade àqueles a quem o mundo está a virar as costas”, justificou.
A visita da eurodeputada bloquista ao campo de Morria decorre entre quinta-feira e sábado, estando previsto o contacto com refugiados e Organizações Não Governamentais que estão no terreno.
Cerca de 800 migrantes, entre os milhares que ficaram desabrigados após o incêndio no campo de Moria, foram instalados no centro temporário erguido de urgência pelas autoridades gregas na ilha de Lesbos, informou o Ministério das Migrações grego.
A maioria das pessoas que ficou desabrigada dorme nas ruas, calçadas, campos ou em prédios abandonados. Os migrantes recusam-se a ir para o novo acampamento criado nas proximidades de Moria, temendo não poderem deixar a ilha uma vez lá dentro.
Cinco Estados-membros da União Europeia disponibilizaram ajuda de emergência à Grécia na sequência do incêndio da semana passada no campo de refugiados de Moria, na ilha grega de Lesbos, anunciou segunda-feira a Comissão Europeia.
O executivo comunitário indicou que a Grécia pediu assistência através do Mecanismo de Proteção Civil da UE e, “numa resposta imediata, Dinamarca, Áustria, Finlândia, Suécia e Alemanha ofereceram tendas, cobertores, kits de inverno e sacos-cama”.
“A UE vai fazer tudo o que estiver ao seu alcance para ajudar a Grécia e os refugiados afetados. Agradeço a todos os países que enviam ajuda e que põem em marcha a solidariedade da UE", comentou o comissário europeu responsável pela Gestão de Crises, Janez Lenarcic.
O campo de Moria foi criado em 2015 para limitar o número de migrantes provenientes da vizinha Turquia para a Europa.
Mais de 12.000 pessoas viviam no campo, incluindo 4.000 crianças.
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