“Ele mente, como já nos tem habituado ao longo dos tempos”, acusa Jaime Marta Soares, em declarações à agência Lusa, depois da reunião dos órgãos sociais e já depois da conferência de imprensa de Bruno de Carvalho.
Para o presidente demissionário da Mesa, a reunião consistiu em “duas horas e meia de insinuações, insulto e chantagem” por parte do presidente da direção, a que se seguiu uma meia hora em lhe foi apresentada uma proposta para a demissão e marcação de eleições, a 19 de agosto, 26 ou 02 de setembro.
“Essa era a nossa proposta A, a melhor forma para parar com esta instabilidade, e ele até se podia candidatar, se assim o entendesse, mas ele nada quis ouvir, não deixou falar mais ninguém, sempre com insinuações, insultos e chantagem, a ponto de eu lhe lembrar que estávamos numa sala nobre, de valores grandes e não numa sala de audiências”, explicou Jaime Marta Soares.
Nesse contexto, o presidente da Mesa avançou com a convocação de uma assembleia de destituição – que deverá acontecer em 23 de junho, no Altice Arena, a partir das 10:00 – com base num requerimento com quatro mil assinaturas de associados.
“Disse à direção que devia acionar os serviços para que se procedesse à sua validação, mas Bruno de Carvalho fez de conta que não ouviu”, acusa Jaime Marta Soares, que diz que também pediu à direção que “sejam criadas as condições para que a AG se realize sem problemas”.
“Não nos conseguimos fazer ouvir por ele (Bruno de Carvalho), ele não liga a ninguém nem ouve ninguém, prossegue uma estratégia de não deixar falar e de mentir, mas esta é a verdade, a única verdade”, disse o ainda presidente da Mesa.
O atual clime de crise que se vive no Sporting iniciou-se no dia 15 de maio, quando cerca de 40 alegados adeptos encapuzados invadiram a Academia do clube, em Alcochete, e agrediram alguns jogadores e elementos da equipa técnica.
A GNR deteve 23 dos atacantes, que ficaram em prisão preventiva depois de terem sido ouvidos no tribunal de instrução criminal do Barreiro.
Paralelamente, no âmbito de uma investigação do Ministério Público sobre alegados atos de tentativa de viciação de resultados em jogos de andebol e futebol, tendo como objetivo o favorecimento do Sporting, foram constituídos sete arguidos, incluindo o ‘team manager’ do clube, André Geraldes.
Na sequência destes acontecimentos, os elementos da Mesa da Assembleia Geral, a maioria dos membros do Conselho Fiscal e parte da direção apresentaram a sua demissão, defendendo que Bruno de Carvalho não tinha condições para permanecer no cargo.
De seguida realizaram-se duas reuniões entre a Mesa e membros do Conselho Fiscal com o Conselho Diretivo, que culminaram com a decisão anunciada na quinta-feira por Jaime Marta Soares.
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