Antecipando os números que serão hoje divulgados no boletim epidemiológico da Direção-Geral da Saúde (DGS), Marta Temido adiantou, em entrevista à TVI que Portugal registou nas últimas 24 horas mais 9 mil casos de infeção pelo coronavírus SARS-CoV-2.
"Vamos atingir perto de nove mil casos novos registados nas últimas 24 horas no país", disse.
Recorde-se que estes números não eram atingidos desde o início de fevereiro.
Na entrevista, via Skype, a ministra antecipou ainda que Portugal irá atingir "um número de casos recorde nos próximos dias".
Quando ao número de óbitos, Marta Temido revela que este "continua relativamente controlado", no entanto "já com excesso de mortalidade face ao valor de referência".
A governante apelou ainda à testagem, mas sobretudo à contenção de contactos nos próximos dias festivos.
Marta Temido apelou também à vacinação, pedindo às pessoas que têm vacinas de reforço marcadas para estes dias que não faltem e que compreendam os "constrangimentos" que possam existir.
“A questão do número de testes é muito relevante”, como “é relevante a vacinação”, disse, anunciando que na quarta-feira irá funcionar o regime de ‘casa aberta’ para maiores de 60 anos.
“É muito importante que as pessoas de mais de 60 anos possam utilizar essa ‘casa aberta’ e tenham consciência de que poderá haver constrangimentos no acesso”, afirmou a ministra, apelando à vacinação: “Temos 83% das pessoas com mais de 65 anos vacinadas, precisamos de ter mais”.
Salientou ainda que é necessário ter “a perceção que infelizmente este não é ainda um Natal em perfeita normalidade”, uma situação que foi descrita nos cenários que os peritos transmitiram às autoridades de saúde e que foram “partilhado com todos”.
Questionado sobre quando se inicia o reforço da vacinação dos maiores de 50 anos, lembrou que a Direção-Geral da Saúde já deu essa validação técnica, prevendo que se inicie “entre o final do ano e o início do Ano Novo”.
Ressalvou, contudo, que não iria antecipar agora essa informação, porque são cálculos que estão se estão a fazer ainda internamente, mas, assegurou, “nas próximas horas ou nos próximos dias vamos seguramente passar para uma fatia etária dos 60 até aos 50 aos”.
A ministra rejeitou que esteja a haver atrasos na administração da terceira dose, recordando que havia uma previsão de vacinar até ao Natal 1,4 milhões de pessoas e foram vacinadas mais um milhão (2,4 milhões).
“Recordo que o objetivo que tínhamos fixado até ao Natal era vacinar todos os que tinham mais de 65 anos e conseguimos fazê-lo exceto para aqueles que não procuraram o centro de vacinação e não tínhamos antecipado vacinar as pessoas que levaram a vacina da Janssen” e iniciar a vacinação das crianças dos 5 aos 11 anos.
Sobre os relatos de dificuldades de realização de testes na farmácia ou nos laboratórios e de se adquirirem autotestes, Marta Temido referiu que a sua realização são para quando “as pessoas têm mesmo que fazer contactos”.
Apontou a altura das festas de Natal em que as pessoas vão estar com a família mais restrita e querem estar todos seguros, mas, disse, “a indicação preferível é mesmo no sentido de as pessoas evitarem o mais possível os contactos normais que são evitáveis nos próximos dias”.
Por outro lado, lembrou que as entidades estão articuladas para “conseguir fornecer aos portugueses o maior número de testes possível neste período de intensa procura” e que o Governo reforçou a comparticipação de quatro para seis testes gratuitos por pessoas por mês.
“Naturalmente que os números que temos tido de crescimento contínuo da utilização de testes mostram bem que estas iniciativas conjuntas estão a resultar”, vincou Marta Temido.
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