Numa conferência de imprensa nas instalações da Polícia Municipal de Lisboa, Fernando Medina comunicou um conjunto de medidas para fazer face ao “quadro bastante incerto relativamente à evolução do furacão”, entre as quais o encerramento de esplanadas, “que se traduzem numa situação de risco agravado pelo mobiliário urbano significativo que comportam”.

O chefe do executivo da capital apelou também às pessoas “que limitem a circulação”, referindo-se em particular à frente ribeirinha, e anunciou que será prestada uma “atenção muito particular” às pessoas em situação de sem-abrigo.

“Todas as unidades de acolhimento temporário vão estar abertas e todas as brigadas de rua vão estar em ação para sensibilizar as pessoas em situação de sem-abrigo para recolherem a esses centros de acolhimento”, afirmou, acrescentando que as estações de Metro do Saldanha e de Arroios estarão abertas com uma “área dedicada para que as pessoas sem-abrigo possam ter um espaço em segurança, no qual passar este conjunto de horas (…) mais críticas”, em particular entre as 21:00 de hoje e as 03 de domingo.

Fernando Medina destacou, ainda, que está a ser levada a cabo “uma ação continuada e reforçada” relativamente “à limpeza das sarjetas e dos sumidouros para prevenir (…) fenómenos de cheias que pudessem acontecer com a precipitação”.

Outra medida preventiva a ser tomada por parte da autarquia, segundo o presidente da autarquia, prende-se com a “fixação de elementos de estaleiros de obras, em particular obras municipais”.

O chefe do executivo da capital insistiu que “o risco é real” e que é necessário tomar medidas “para prevenir riscos sobre as pessoas e sobre os bens e património das pessoas”.

“As decisões que nós tomámos são decisões de prevenção, em primeiro lugar. A informação que existe é que a situação se pode agudizar significativamente, do ponto de vista do vento, da precipitação e da agitação marítima na fase noturna, durante a noite, mas precisamos de prevenir e por isso é que consideramos um conjunto de medidas” a partir das 18:00, reiterou Medina.

Por seu turno, o comandante do Regimento de Sapadores Bombeiros, Pedro Patrício, apelou a que as pessoas utilizem o número 112 para emergências e o 808 215 215 para situações menos urgentes.

O IPMA colocou 13 distritos sob aviso vermelho por previsão de vento forte, e alguns também por agitação marítima, consequência da passagem por território continental do furacão Leslie.

Setúbal, Lisboa, Leiria, Coimbra, Aveiro, Porto, Braga, Viana do Castelo, Vila Real, Castelo Branco, Viseu e Guarda e Santarém são os distritos sob aviso vermelho, segundo as informações disponíveis na página na internet do IPMA.

O furacão Leslie vai atingir o território continental já como depressão pós-tropical, mas com ventos com “intensidades equivalentes a uma tempestade tropical”, com rajadas acima dos 130 Km/hora, mas que podem atingir máximos históricos de 180/190 km/hora, segundo disse à Lusa o meteorologista do IPMA, Nuno Moreira.

Ventos fortes, agitação marítima e chuva são os principais receios da Proteção Civil para a passagem do furacão Leslie por Portugal, recomendando-se que a população se afaste das zonas costeiras e proteja pessoas e bens.

O comandante Belo Costa, da Autoridade de Proteção Civil, disse aos jornalistas que no período crítico, entre as 23:00 de sábado e as 04:00 de domingo, a recomendação é mesmo não sair de casa e evitar completamente o trânsito em zonas costeiras.