Em comunicado enviado à agência Lusa, a autarquia da Figueira da Foz afirma que o presidente da Câmara, João Ataíde, aceitou na terça-feira "o pedido de cessação da comissão de serviço do comandante dos Bombeiros Municipais da Figueira da Foz, na sequência das notícias tornadas públicas relativas aos acontecimentos da noite de 13 de outubro [sábado] com a passagem da tempestade Leslie" naquele município do litoral do distrito de Coimbra, uma alusão ao facto de Nuno Osório ter admitido que se tinha ausentado para "ir descansar".

Fonte da autarquia esclareceu que Nuno Osório pediu a cessação de funções na terça-feira "ao fim do dia" e que, para além de sair de comandante da corporação profissional, também cessa funções como coordenador operacional municipal da Proteção Civil.

De acordo com a nota, as funções de comando "serão interinamente asseguradas" pelo 2.º comandante dos Bombeiros Municipais, Jorge Piedade, e pelo adjunto de comando, Carlos Pinto.

Citado no comunicado, Nuno Osório argumenta "que nunca esteve em causa o comando e o controlo da operação" e que a sua ausência "por um período de três horas, por motivos familiares e de premência de um mínimo de descanso para manutenção das condições físicas e psicológicas necessárias indispensáveis à tomada de decisões nas horas seguintes, foi devidamente preparada e acautelada".

O agora ex-comandante da corporação profissional justifica o pedido de demissão "com a determinação em não desgastar a autarquia e o município da Figueira da Foz, num momento em que a união de esforços é essencial para recuperar dos danos provocados pela intempérie".

Nuno Osório alega ainda "a necessidade de poder livremente exercer o direito à defesa da honra", depois de Lídio Lopes, responsável dos bombeiros e antigo coordenador da Proteção Civil municipal, ter pedido, na segunda-feira, a sua "demissão imediata", acusando-o de abandonar as operações de socorro durante a tempestade Leslie sem comunicar a ausência a quem o iria substituir.

O substituto seria o comandante dos Bombeiros Voluntários da Figueira da Foz, João Moreira, por ser o bombeiro mais graduado na ausência do comandante da corporação profissional.

João Moreira garantiu, na altura, que não teve "comunicação ou aviso prévio" da ausência de Nuno Osório e que não assumiu, por isso, as funções, ficando a Figueira da Foz "oficialmente sem comandante de operações de socorro" (responsável por todos os bombeiros no terreno), durante várias horas, até ao início da manhã de domingo.

Na mesma altura, o comandante operacional distrital [CODIS] de Coimbra da Autoridade Nacional de Proteção Civil, Carlos Luís Tavares, que na noite de sábado, em plena crise da tempestade Leslie, enviou para a Figueira da Foz meios de reforço de Aveiro e da Força Especial de Bombeiros, disse desconhecer que Nuno Osório tivesse abandonado as funções.

"Se o fez, devia ter dado conhecimento e não deu", frisou Carlos Luís Tavares.

Também na segunda-feira, em conferência de imprensa, o presidente da autarquia da Figueira da Foz anunciou a abertura de uma averiguação à ausência do comandante operacional e coordenador da Proteção Civil, considerando-a "uma questão formalmente importante" que teria de ser averiguada.

[Notícia atualizada às 16h54]

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