A informação foi referida aos jornalistas por Pedro Nunes, comandante da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), numa altura em que a depressão Elsa continua em deslocação de norte para sul.
“Até às 12:00 registaram-se sete mil ocorrências, envolvendo 21 mil operacionais”, disse Pedro Nunes.
O comandante referiu que os distritos mais afetados são Porto, Aveiro, Coimbra, Viseu, Braga e Lisboa, sendo a maior parte das ocorrências relacionadas com inundações e quedas de árvores.
Pedro Nunes referiu também que foi acionado o plano de cheias para a bacia do Tejo e admitiu a possibilidade de “estradas nacionais e regionais cortadas” no distrito de Santarém, no final do dia.
“Até às 20:00 deverá existir um agravamento do estado do tempo, sendo depois expectável que comece a estabilizar”, afirmou.
Pedro Nunes indicou a possibilidade de inundações no Douro, com especial atenção para Régua e a foz, nas duas margens, afirmando que os caudais “não estão a estabilizar”, podendo agravar-se a situação “durante a tarde e a noite”.
Em relação ao rio Tâmega, Pedro Nunes referiu que o caudal baixou no período da manhã, mas em Chaves e Amarante poderá agravar-se novamente, “por conta da precipitação e dos caudais que estão a chegar de Espanha”.
“Em relação a Águeda, quer o rio Águeda , quer o Alfusqueiro neste momento apresentam redução de caudais por conta da precipitação e do escoamento previsto para o período da tarde, sendo muito possível que sofra agravamento, ou seja, volte a inundar”, explicou.
De acordo com o comandante, a situação com o rio Mondego tem sido “gerível, com os caudais no limite”. As autoridades estão “apreensivas por conta da precipitação que vai ocorrer à tarde”.
Pedro Nunes alertou ainda para o caso da bacia do Sorraia, uma vez que no fim da tarde/princípio da noite podem ocorrer cheias em Coruche.
Segundo as informações partilhadas pelo Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) durante o ‘briefing’ com a Proteção Civil, as 14:00 marcam o início de um “agravamento meteorológico para a região Centro, para as variantes de precipitação forte e persistente e vendo moderado, já não com a intensidade de ontem”, explicou Pedro Nunes.
São esperados então novos episódios de chuva forte e persistente, sendo os distritos mais afetados com esta situação Aveiro, Coimbra, Leiria, Santarém e Lisboa até ao final do dia. Castelo Branco e Portalegre poderão somar-se a esta lista.
Questionado sobre a possibilidade de condicionamentos do trânsito na Ponte 25 de Abril e na travessia dos transportes fluviais no Tejo, na região de Lisboa, Pedro Nunes afirmou que, tendo em conta os avisos do IPMA, o vento que sopra “é moderado, por isso não está prevista essa possibilidade”.
“Para que nos percebam, ontem era considerado forte a muito forte, com rajadas até aos 100 quilómetros/hora. Hoje a rajada máxima anda nos 70/80 quilómetros/hora”, disse.
O Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) tem hoje sob aviso laranja (o segundo mais grave) 12 distritos de Portugal continental e a costa norte da Madeira devido sobretudo à agitação marítima. Leiria, Santarém e Portalegre estão sob aviso laranja também devido às previsões de precipitação forte durante a tarde.
O IPMA alertou para os efeitos de uma nova depressão, denominada Fabien, que atingirá Portugal no sábado, em especial o Norte e o Centro, estando previstos intensos períodos de chuva e vento forte de sudoeste, com rajadas que podem atingir 90 km/hora no litoral norte e centro e 120 km/hora nas terras altas.
Segundo o IPMA, os efeitos da depressão Fabien não deverão ter em Portugal continental a mesma intensidade do que os da tempestade Elsa, prevendo-se uma melhoria gradual do estado do tempo a partir de domingo.
Entretanto, cerca de uma centena de linhas de alta e média tensão ainda continuam inoperacionais, devido à passagem da depressão Elsa, sendo os distritos de Viseu, Coimbra e Guarda os mais afetados, informou a EDP Distribuição.
(Artigo atualizado às 14:50)
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