De acordo com o comandante Pedro Nunes, da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), as ocorrências foram registadas desde as 15:00 de quarta-feira.
“A maior parte das ocorrências estão relacionadas com quedas de árvores, quedas de estruturas, havendo igualmente o registo de inundações”, adiantou Pedro Nunes, em declarações aos jornalistas na sede da ANEPC, em Oeiras, distrito de Lisboa.
As autoridades estão preocupadas com as bacias hidrográficas do Tâmega, Mondego, Águeda, Douro e Lima, devido à previsível subida do nível da água. No Tejo, é afastado um cenário de cheias.
“Há cinco bacias hidrológicas, rios, que nos estão a preocupar. Segundo indicação da Agência Portuguesa do Ambiente, a bacia do Lima está muito perto de caudais limite de cheias que possam provocar inundações em Ponte da Barca e Ponte de Lima. em relação ao rio Tâmega, está perto do caudal limite para provocar cheias em Amarante”, disse Pedro Nunes.
O comandante referiu também que no rio Águeda “o caudal está pouco estabilizado”, lembrando ser “muito provável que aconteçam no final da tarde e princípio da noite inundações na zona de Águeda”.
Também o rio Douro se encontra em monitorização, “com especial atenção para a zona da Régua e Foz do Douro, em ambas as margens, e em relação ao Mondego o caudal apresenta um aumento significativo e não há previsão de descida”.
A Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil alertou na quarta-feira a população para o agravamento das condições meteorológicas, com precipitação forte e persistente, vento forte nas terras altas e agitação marítima forte em toda a costa.
O Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) emitiu para a tarde de hoje o aviso vermelho, o mais grave, para os distritos de Viseu, Guarda, Castelo Branco, Aveiro, Coimbra, Braga, Porto, Vila Real e Viana do Castelo.
Pedro Nunes alertou ainda que a “situação meteorológica complexa vai continuar nas próximas horas, provavelmente nos próximos dias”, prevendo que as condições meteorológicas “melhorem significativamente a partir da tarde de sábado e manhã de domingo”.
“Para esta tarde prevê-se um quadro de precipitação forte e persistente, vento e agitação marítima um pouco por todo o país, começando pelo norte e depois descendo um pouco ao centro e baixando na próxima madrugada e manhã para o Alentejo e Algarve”, explicou.
De acordo com o comandante, o padrão da depressão “é o mesmo, não havendo perda de força”.
A precipitação “pode ser menor” no Alentejo e Algarve, mas os conselhos à população são os mesmos de quarta-feira: “não se aproximem da orla marítima, em caso de estacionarem no local que seja redobrada a atenção, o mesmo perto de árvores, devido à queda das mesmas”.
O responsável adiantou também que, após o ‘briefing’ com o Instituto Português do Mar e da Atmosfera, ficou a ser conhecido que “é esperado que os efeitos cumulativos do mau tempo se manifestem pelas 18/19:00 de hoje”.
Tendo em conta a precipitação registada até ao momento, o responsável afirmou também que ficou comprovado durante o ‘briefing’ operacional que “já não se verifica a situação de seca hidrológica” no norte do país.
Questionado sobre a possibilidade de o alerta laranja da ANEPC ser elevado para vermelho, o comandante explicou “não estar no horizonte” essa possibilidade.
Em relação ao dispositivo para fazer face às ocorrências em todo o país, o comandante frisou que se mantém igual ao de quarta-feira, sem no entanto, adiantar números.
Quanto ao número de desalojados, Pedro Nunes disse que às 12:00 se mantinha em 16 - nove do concelho de Almada, Setúbal, e outras sete em Santo Tirso, Porto, devido à queda de árvores em habitações.
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