Num ‘briefing’ à comunicação social ao início da noite, o comandante nacional, André Fernandes, alertou para a possibilidade, face a uma precipitação elevada, não só "de cheias nos rios, mas acima de tudo daquilo que são as inundações em meio urbano".
"Aqui um aviso especial para aquilo que são as áreas urbanas da região norte, da região Centro, e Lisboa e Setúbal", especificou.
Assim, a ANEC pede à população que no dia de amanhã e madrugada de terça-feira adote "medidas de autoproteção, face à previsão intensa [de precipitação] e acima de tudo também devido à saturação que os solos têm face à situação na semana transata".
Portanto, explicou o comandante André Fernandes, "as pessoas deverão adotar medidas de autoproteção e adequar a condução face à situação meteorológica adversa expectável e também monitorizar aquilo que são as áreas mais suscetíveis de terem deslizamento de terras e também evitarem comportamentos de risco na linha de costa, como afastarem-se e não procurarem as zonas de costa".
Devem também limpar os circuitos de água, ou mesmo criar barreiras de proteção nas casas para a água não entrar, como chapas, referiu como exemplo.
A Proteção Civil já tinha alertado hoje à tarde para o agravamento das condições meteorológicas nas próximas 48 horas, com base nas previsões do Instituto Português do Mar e da Atmosfera que apontam para “precipitação persistente, vento e agitação marítima".
No aviso à população, e citando informação disponibilizada pelo Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) adiantava previsões de “precipitação persistente e por vezes forte a partir da manhã de segunda-feira nas regiões Norte e Centro, com o período mais crítico entre as 21:00 do dia 19 e as 06:00 do dia 20, em especial nos distritos de Viana do Castelo, Braga e Porto, e entre as 00:00 e as 06:00 do dia 20 nos distritos de Vila Real, Viseu, Aveiro e Coimbra”.
As previsões do IPMA não excluem que venha a ocorrer precipitação por vezes forte e persistente nos restantes distritos, estimando que tal seja “menos provável na região Sul”.
A autoridade meteorológica dá ainda conta de “vento forte do quadrante sul mais intenso a partir do final da tarde de hoje” no litoral a norte do cabo Raso e nas terras altas, com rajadas da ordem dos 75 e 80/90 quilómetros por hora, respetivamente.
Paralelamente, prevê agitação marítima forte com ondulação de sudoeste de quatro a cinco metros na costa ocidental a partir das 03:00 de segunda-feira e até às 03:00 de terça-feira.
Citando informação disponibilizada pela Agência Portuguesa do Ambiente, a Proteção Civil inclui no aviso a possibilidade de “variações significativas dos níveis hidrométricos nas zonas historicamente mais vulneráveis”, nomeadamente na bacia do Minho (em especial Caminha, Monção e Valença); na bacia do Lima (Arcos de Valdevez, Ponte da Barca e Ponte de Lima); na bacia do Cávado (barragens de Caniçada e Salamonde, Braga e Barcelos); na bacia do Ave (Santo Tirso); na bacia do Douro (Amarante, Paredes e na foz do Douro); na bacia do Mondego (rios Ceira e Arunca); e na bacia do Vouga (Águeda).
“Nas bacias urbanas e em particular naquelas em que se faça sentir o efeito de maré, não é de excluir a possibilidade de inundações nas zonas historicamente vulneráveis”, alerta.
A chuva intensa e persistente que caiu na terça-feira (dia 13) causou mais de 3.000 ocorrências, entre alagamentos, inundações, quedas de árvores e cortes de estradas, afetando sobretudo os distritos de Lisboa, Setúbal, Portalegre e Santarém.
A Proteção Civil registou mais de 7.950 ocorrências em território nacional, inclusive 4.841 inundações, e 88 desalojados desde as 00:00 do dia 07 e até às 08:00 do dia 15.
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