Segundo avança hoje o Jornal de Notícias, o Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) optou por não usar o sistema de SMS de alerta antes e durante as tempestades provocadas pelas depressões Elsa e Fabien.
Em declarações a este jornal, Miguel Cruz, adjunto de operações da ANEPC, informou que “a opção passou por trabalhar mais a ligação com as populações via comunicados de imprensa com a colaboração dos órgãos de comunicação social”. “A SMS diz muito pouca coisa e nós queríamos dizer muito mais, por isso foi decisão da Proteção Civil não usar", justificou ainda.
Esta decisão foi tomada apesar de, como recorda o JN, o Estado ter pago em julho 900 mil euros à Vodafone, NOS e MEO pelo sistema, sendo este um dos contratos da ANEPC sob investigação do Ministério Público, no âmbito do caso das golas antifumo.
Sendo considerado um melhores meios de aviso a nível internacional, levando, inclusive, o Governo a alterar a lei dos Sistemas de Alerta para poder operacionalizá-lo, as SMS, porém, não foram sequer utilizadas durante o verão (por estar em curso a fase de testes), tendo a última mensagem sido enviada a 5 de setembro.
Os fortes efeitos do mau tempo, que se fazem sentir desde quarta-feira, já provocaram dois mortos, um desaparecido, deixaram 144 pessoas desalojadas e 320 pessoas deslocadas por precaução, registando-se mais de 11.200 ocorrências no continente português, na maioria inundações e quedas de árvore.
Só hoje, registaram-se mais de 1.700 ocorrências.
O mau tempo provocado pela depressão Elsa, entre quarta e sexta-feira, a que se juntou hoje o impacto da depressão Fabien, provocou também condicionamentos na circulação rodoviária, bem como danos na rede elétrica, afetando a distribuição de energia a milhares de pessoas, em especial na região Centro.
No balanço realizado às 20:00 de sábado, a Proteção Civil indicou que a situação mais complicada continuava a ser a registada no distrito de Coimbra, sublinhando que os rios Mondego e Tejo (na zona de Constância) se encontram em alerta vermelho.
O IPMA já havia alertado para os efeitos da depressão Fabien, em especial no Norte e no Centro, estando previstos intensos períodos de chuva e vento forte de sudoeste, com rajadas que podem atingir 90 km/hora no litoral norte e centro e 140 km/hora nas terras altas.
Prevê-se que estes efeitos vão diminuindo e que se registe uma melhoria gradual do estado do tempo a partir de hoje.
Os distritos do Porto, Viana do Castelo, Aveiro, Coimbra e Braga vão estar entre as 21:00 de hoje e as 12:00 de domingo em aviso vermelho, devido à agitação marítima.
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