Após a reunião semanal do conselho de ministros, um porta-voz de Downing Street disse que May reiterou a sua confiança de que o Reino Unido conseguirá alcançar com a União Europeia condições de saída negociadas.
“Negociamos no interesse geral e devemos ter a satisfação de obter o melhor acordo possível para o Reino Unido”, disse Theresa May, citada pelo porta-voz.
A primeira-ministra recordou, no entanto, que, mesmo que Londres e Bruxelas cheguem a acordo sobre as condições de saída, o que inclui o difícil tema da fronteira entre a República da Irlanda e a província Irlanda do Norte, faltará ainda negociar as bases da futura relação comercial entre o Reino Unido e a UE.
“Uma vez negociada a saída, continuará a ser verdade que nada está acordado até que tudo esteja acordado, pelo que tudo estará sujeito a que se chegue a uma futura base de trabalho aceitável”, disse a primeira-ministra, segundo o porta-voz.
Os media britânicos especularam nos últimos dias sobre a possibilidade de um acordo iminente entre Londres e Bruxelas, mas o primeiro-ministro da República da Irlanda, Leo Varadkar, disse que não aceitará qualquer situação que permita ao Reino Unido retirar-se unilateralmente da cláusula de segurança que prevê manter a Irlanda do Norte na união aduaneira até se alcançar uma nova relação comercial entre as partes, o que pode levar anos.
May garantiu hoje ao seu Governo que voltará a convocar o conselho de ministros antes de assinar qualquer acordo com Bruxelas, enquanto o porta-voz disse que, de momento, não está previsto qualquer outro encontro antes da reunião semanal da próxima terça-feira.
O Reino Unido deverá sair da União Europeia (UE) a 29 de março de 2019, mas as duas partes ainda não chegaram a acordo, o que suscita receios de uma saída sem acordo, que teria consequências muito negativas para todos.
A primeira-ministra britânica, Theresa May, disse recentemente que 95% do acordo de saída está fechado, permanecendo por resolver a questão da fronteira entre a Irlanda e a Irlanda do Norte.
O Reino Unido e a UE concordam que não deve haver uma fronteira rígida, mas rejeitam as propostas um do outro.
A cimeira europeia de 17 e 18 de outubro, que tinha sido apontada como prazo para uma solução, terminou num impasse, mas tanto Londres como Bruxelas afirmaram que ainda é possível chegar a acordo e as negociações continuam desde então.
O acordo que vier a ser alcançado tem de ser aprovado pelo Parlamento Europeu (PE) e pelo Parlamento britânico.
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