Na Europa, os salários atuais dos docentes tendem a estar mais próximos dos valores máximos legais, revela o relatório sobre “Professores e diretores escolares – salários e rendimentos na Europa 2015/2016”, após analisar a situação vivida em 29 países da Europa.

Portugal foge a esta realidade já que os salários médios atuais estão mais próximos do valor mínimo, em parte porque os professores portugueses estão entre os que demoram mais tempo a chegar ao topo da carreira: 34 anos.

Os rendimentos mais baixos registam-se apenas em outros seis países: Croácia, Chipre, Malta, Hungria, Suécia e entre os docentes franceses do ensino primário.

Outra das razões para os portugueses terem, em média, salários mais próximos do mínimo está relacionada com a ausência de subsídios.

Segundo a rede de informações Eurydice, que analisou 40 países, na maioria das regiões os professores recebem outros apoios financeiros além do ordenado base, tais como participar em atividades extracurriculares ou dar aulas a alunos com necessidades especiais educativas.

Em Portugal, ao contrário do que acontece na maioria da Europa, ser educador de infância, professor do ensino básico ou do secundário não tem qualquer influência no rendimento: o salário médio anual é entre 21.960 e 42.377 euros por ano.

No passado ano letivo, o vencimento mínimo anual de um professor era de 21.960 euros e o máximo de 42.377, independentemente do ano a que dava aulas.

Também entre os diretores portugueses os ordenados não variam consoante o nível de ensino das escolas onde têm responsabilidades, mas sim consoante do número de alunos que têm.

Numa escola com menos de 301 alunos, um diretor pode ganhar entre 24.362 e 44.753 euros por ano. Já numa escola com mais de 1500 alunos, o rendimento anual varia entre 31.142 e 51.287 euros.

No ano passado, houve um aumento nos salários em 24 regiões europeias, mas em 16 países os ordenados mantiveram-se iguais ao ano anterior. Em Portugal, os docentes viram também os seus rendimentos aumentar.

Quando se compara o ordenado dos docentes e a riqueza do país, os portugueses aparecem numa situação privilegiada em relação ao Produto Interno Bruto (PIB) per capita.

Os docentes em início de carreira ganham 127% do PIB per capita, quando na maioria dos países o salário de um professor em início de carreira é mais baixo.

Portugal surge assim como um dos oito que foge a esta regra, juntamente com a Espanha, Bósnia Herzegovina, Montenegro, Republica da Macedónia e Turquia.

Já no caso dos docentes com salários mais altos, na maioria dos países o rendimento dos docentes é superior ao PIB per capita e, aqui, Portugal aparece em destaque como o terceiro com mais rendimentos: Bosnia Herzegovina (327%), Chipre (282%) e Portugal (245%).

O relatório recorda que atualmente se espera de um professor mais do que a simples missão de ensinar e que os responsáveis pelas políticas educativas tentam encontrar formas de ter os melhores docentes e diretores nas escolas.

O estudo conclui que os salários são uma boa forma de tornar a profissão atrativa, “juntamente com outros fatores como as condições de trabalho, as perspetivas de carreira, as oportunidades e reconhecimento do desenvolvimento profissional”.

Por isso, defendem, “as politicas que afetam os rendimentos e as perspetivas de carreira dos trabalhadores do sector da educação devem fazer parte integrante das estratégias para melhorar a atratividade da profissão de ensinar”.

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