Dois dias depois do Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump ter sido hospitalizado no Hospital Militar Walter Reed, nos subúrbios de Washington, a equipa de médicos a acompanhá-lo disse em conferência de imprensa que o líder norte-americano se encontra a recuperar bem.

Sean Conley, o médico pessoal de Trump, disse que o presidente "continua a melhorar", mas admitiu que "houve altos e baixos frequentes" como em qualquer doença.

O médico reagiu assim à polémica centrada no facto de ontem ter tido que Donald Trump não tinha recebido suporte de oxigénio. "Desde o início da sua doença, o presidente teve dois episódios de quedas de saturação de oxigénio. Nós discutimos as razões para isso e se devíamos intervir. Com base na cronologia desde o diagnóstico inicial, decidimos dar dexametasona", disse Conley.

Segundo Conley, no fim da manhã de sexta-feira, Trump encontrava-se com febre alta e a sua saturação de oxigénio estava a descer para menos de 94%. Temendo uma progressão rápida da doença, o médico optou por administrar oxigénio, apesar do presidente dos EUA não querer. Agora, tendo já subido para 98%, Conley diz que o líder norte-americano já se encontra livre de perigo.

Outro dos médicos que compõem a equipa a acompanhar Trump, Brian Garibaldi, disse que o presidente dos EUA está a reagir bem ao tratamento de remdesivir e que, se continuar a recuperar a este ritmo, pode receber alta médica amanhã.

"Ele tem andado pelo hospital. O nosso plano é metê-lo a comer e a beber, a sair da cama. Se ele continuar a parecer e a sentir-se tão bem como hoje, a nossa esperança é que receba alta amanhã para voltar à Casa Branca, onde pode continuar o tratamento", explicou Garibaldi.

Conley dirigiu-se ainda quanto às mensagens contraditórias que ontem circularam quando ao estado de saúde de Trump, admitindo que tentou passar imagem mais positiva da situação.

Depois da sua equipa declarar publicamente que Trump estava "muito bem", fontes oficiais partilharam com a imprensa de que afinal havia motivos ainda para precaução, com o próprio chefe do pessoal da Casa Branca, Mark Meadows, a admitir no mesmo dia que Trump passou por um período "muito preocupante" na sexta-feira e que as próximas 48 horas seriam "críticas".

Tal levou também a equipa a dizer que estava "cautelosamente otimista"

“Eu estava a tentar refletir a atitude positiva da equipa", justificou Conley, dizendo que não queria "dar qualquer informação que pudesse alterar o curso da doença noutra direção" e admitindo que, ao fazê-lo, pareceu "que estava a tentar esconder alguma coisa, o que não foi necessariamente verdade. A questão é que ele está a passar bem".

A equipa de médicos, no entanto, tal como ocorreu ontem, manteve-se esquiva quanto a várias questões, sendo a mais importante o porquê de ter sido administrado dexametasona. Tal dúvida ocorre porque este é um corticosteroide que, segundo as diretrizes de saúde norte-americanas, só deve ser usado em casos graves para pacientes que precisam de oxigénio e que não deve ser usado em casos ligeiros e moderados pois limita a capacidade do corpo de lutar contra o vírus.

As declarações dos médicos foram feitas depois de Donald Trump ter divulgado na sua conta na rede social Twitter, um novo vídeo, gravado no hospital, no qual diz que começa a sentir-se melhor e espera "voltar em breve".