“Nunca tinha visto um caso destes, é um mistério. Não deveria ter sido possível contrair o paludismo”, disse à agência AFP Claudio Paternoster, chefe do departamento de doenças infeciosas do Hospital Santa Chiara de Trento (norte de Itália), onde a menina de quatro anos esteve internada.
A menina, que nunca viajou para os países identificados como de risco e passou o verão na região de Veneza, foi internada por outras razões médicas, uma vez que tinha estado em contacto com duas crianças que contraíram o paludismo durante uma viagem ao Burkina Faso.
A criança foi diagnosticada no sábado com paludismo e colocada nos cuidados intensivos, mas o seu estado de saúde rapidamente piorou e os médicos não a conseguiram salvar.
“Apenas certos tipos de mosquitos podem transmitir esta doença e não existem em Itália”, afirmou o médico, adiantando que anualmente são identificados alguns casos no país, mas são contraídos por pessoas que trouxeram de África um mosquito infetado.
“O verão tem sido particularmente quente e com as mudanças climáticas, não podemos excluir totalmente a hipóteses de uma adaptação de certa espécies de mosquitos ou a reintrodução de outros” que podem transmitir a doença, explicou.
O paludismo era uma doença comum em Itália no século XIX, mas foi erradicada em 1962.
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), registaram-se 2012 casos de paludismo em todo o mundo em 2015 e 429 mil mortes.
Cerca de 90% dos casos de paludismo e mortes por malária tem origem em África.
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