Na sessão de hoje, a Assembleia Municipal deveria ter apreciado uma informação escrita do presidente sobre as atividades da autarquia entre 1 de abril e 31 de maio. Porém, Fernando Medina optou por apresentar esta informação "de forma diferente".
"Estamos a aproximar-nos do fim deste mandato autárquico e creio que se impõe um balanço", considerou.
Aludindo a temas abordados em intervenções públicas recentes (nomeadamente numa conferência de imprensa de balanço do mandato e na apresentação da sua candidatura à liderança do município), Fernando Medina reiterou que a maioria socialista "cumpriu" com o que se propôs, mostrando que "era possível governar de forma diferente" em áreas como as finanças, a mobilidade e a reabilitação urbana.
Apesar de ter sido aplaudido pela maioria socialista na Assembleia Municipal (também composta pelo movimento Cidadãos por Lisboa), não evitou as críticas de outras forças políticas.
Pelo PSD, o deputado Magalhães Pereira afirmou que, "como de costume, a apresentação que o senhor presidente fez absolutamente nada tem a ver com o que se escreveu" na informação escrita.
Magalhães Pereira considerou que a comunicação se traduziu num "simples exercício de propaganda e de autossatisfação".
"A marca fundamental desta Câmara é a prioridade que é dada ao que enche o olho, [ao apostar] em propósitos eleitoralistas em detrimento da melhoria da vida dos lisboetas", criticou, frisando ainda que a autarquia utiliza "a propaganda como um modo de vida".
Posição semelhante tem a deputada Cláudia Madeira, do PEV.
"Parece que acabámos de assistir a uma sessão de campanha eleitoral", observou, salientando que "o presidente resolveu transformar isto [apresentação da informação escrita] num minicomício".
Porém, "mais do que balanços e propagandas, era preciso falar das pessoas e dos seus problemas e resolvê-los", defendeu.
Do lado do PCP, o deputado Carlos Silva Santos vincou que, "a pretexto da informação escrita do presidente [...], foi aberta formalmente a pré-campanha eleitoral".
"Aliás, já vinha sendo feita pelo PS nos últimos meses", notou.
Sobre as atividades do período em causa, Carlos Silva Santos apontou a "pressa e atropelamento em mini-inaugurações" de obras, lamentando também "o afunilamento, no final do mandato, de projetos urbanísticos importantes".
O bloquista Ricardo Robles referiu, por seu lado, que o grupo municipal ouviu "com atenção" o balanço, mas sustentou que faltou falar do que é "essencial para os lisboetas".
"Os transportes, a mobilidade e a habitação - são esses os temas que hoje, como sabe, infernizam a vida de milhares de lisboetas", assinalou.
Ricardo Robles ironizou também ao dizer que estes são os temas do "agora é que é": "Estiveram 10 anos à frente da Câmara, mas agora é que é, agora é que vão tratar da habitação e dos transportes".
Já Miguel Santos, do PAN, aproveitou a ocasião para também fazer um balanço do mandato, sublinhando que "houve coisas que começaram de forma positiva, mas que se foram perdendo pelo caminho", nomeadamente no que toca ao regulamento municipal do animal, que "nunca chegou a sair do papel".
Face às críticas, Fernando Medina justificou o balanço por esta ser a última informação escrita apresentada antes de setembro.
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