“A esta hora ainda não está fechado o número de vereadores [no executivo]. Se o PS tiver maioria absoluta, como desejo e como é expectável, é minha intenção abrir diálogo com as várias forças políticas, disponibilizando-me […] para um pacto para a atribuição de pelouros, caso haja essa vontade”, declarou, em resposta a questões levantadas pelos jornalistas.

Falando no hotel Altis da Rua Castilho, em Lisboa, onde decorreu a noite eleitoral do partido, Fernando Medina reforçou: “Qualquer que seja o resultado, procuraremos alargar a base política, no sentido de termos mais apoio para as políticas que vamos concretizar”.

“Nós, durante estes anos de governação em que dispusemos de maioria absoluta, tivemos sempre uma maioria participada e abrangente”, notou o já presidente da autarquia, apontando que, ao longo do último mandato, as “propostas estruturantes da vida da cidade” contaram com o apoio da oposição, como as referentes ao plano de drenagem e às obras do eixo central.

“Nós governamos dessa forma, na procura de alargar a base social e política”, acrescentou.

Por essa razão, os resultados das eleições de domingo “não mudam a nossa natureza política e a nossa natureza firma-se na convicção de que uma cidade é feita da diversidade, a governação da cidade é feita do reconhecimento das diversidades, da procura do equilíbrio, do diálogo, dos pontos de união e não dos pontos de dissenso”, precisou Fernando Medina.

Como exemplo disso, continuou, o partido recusou “fazer da campanha eleitoral uma campanha de crispação, de casos, de radicalismo e de ofensas”, já que o lema da campanha – Lisboa precisa de todos – “não é ‘slogan’ político, é uma afirmação política”.

Respondendo sobre um possível favorecimento nos resultados pelo ex-presidente da autarquia, António Costa, ser agora primeiro-ministro, Fernando Medina recusou essa relação: “Acho que isso é um desprimor para as eleições autárquicas e para os eleitores que votam nas eleições autárquicas […], que são sobre a governação de uma cidade”.

“Estas eleições não podem ser desvalorizadas numa eleição nacional”, defendeu.